quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

"Primeiro eu! Primeiro eu!"



Quem nunca ouviu falar que o trânsito nas cidades indianas é louco? Louco é pouco: é confuso, insano, enlouquecedor!!! Quando entro no carro é como se estivesse entrando em um carrinho de montanha-russa, pois certamente durante todo o trajeto serão várias emoções, do frio na barriga à tremedeira nas pernas.

É incrivel. Hoje eu só vi uma vaca o dia todo, mas acho que é porque estou em uma cidade muito grande e elas preferem lugares mais tranquilos. Apesar que... pensando bem... um ser a mais ou a menos no trânsito não faria tanta diferença assim.

A buzina é o item mais importante para os condutores e seus ouvidos são bem condicionados a identificar qual é a sua buzinada da vez. As faixas que separam pistas são meros adornos, já que transitar na contramão é perfeitamente aceitável e nos espaço definido com três pistas delimitadas podem andar até cinco veículos. Daí vc está na via, mas se decide voltar para trás, pra quê ir até um retorno? É mais fácil resolver ali mesmo e virar o carro de repente - quase um cavalo de pau - e os motoristas que vêm atrás que se virem.

Como diz o sábio Rohit, o pensamento do motorista indiano é "Primeiro eu! Primeiro eu!", e lá se vão os carros se enfiando em qualquer espaço. Seta, pisca alerta... nenhum deles nunca deve ter ouvido falar.

E os pedestres? Ah... os pedestres... estão por todos os lugares e nem aí com os carros e os carros nem aí com eles. Se o trânsito estiver meio parado daí eles entram no bolo e disputam espaço com carros, ônibus, motos, tuc-tuc, bicicletas e os cachorrinhos.

Três passageiros em uma moto é absolutamente normal, no tuc-tuc umas seis pessoas (adultas) se amontoam com a maior naturalidade, nos carros então... limite de passageiros não existe, assim como nos ônibus. Também tem os ônibus escolares... rs... uma verdadeira piada na questão segurança.



Também tem o problema do estacionamento. Os flanelinhas aqui por incrível que pareça são organizados, eles imprimem um papelzinho e limitam seu tempo. Perto do shopping, uma hora significa dez ruppies ou R$ 0,37, mas dependo do dia e do horário. Claro que eles não garantem absolutamente nenhum tipo de segurança, boa prova disso é que carro sem batidinhas e arronhões por aqui, só é possível encontrar dentro da concessionária de carros, fora isso, esquece, é lenda.


O preço da gasolina nem é tão exorbitante assim, mas com as peripécias dos motoristas sai muito caro. O litro sai Rs 58,39 ou R$ 2,155.

Agora, além das razões que me trouxeram aqui, tenho como meta entender onde fica a tal espiritualidade, paciência, entendimento indiano quando estão dirigindo?

Se alguém conseguir descobrir antes, por gentileza, me avise.

2 comentários:

Fabi Fernandes disse...

E a gente achando que o trânsito daqui é ruim. Depois do seu post, dirigir em Nova Delhi? Tô fora!!

Cíntia Marcucci disse...

Sandra, não li ainda todas as suas peripécias. Mas eu gostaria muito que você me contasse essa revolução toda que rolou desde julho com você. Tenho certeza que vc está muito contente e curtindo muito a vida e isso me deixa muito feliz!

Um beijo grande, Cíntia