terça-feira, 29 de março de 2011

José Alencar

A morte sempre me faz refletir. Aquela máxima popular de que a única certeza da vida é a morte, mas nunca estamos preparados para ela, é incontestável.

Enfim, hoje foi a vez do José Alencar (ex-vice-presidente da república), aos 79 anos. Pela visibilidade que o ex-cargo lhe impôs, todo o povo brasileiro pode acompanhar sua luta pessoal contra o câncer. Era admirável o otimismo com o qual enfrentava cada internação, cada novo procedimento na batalha que durou nada menos do que 13 anos.

Algumas pessoas públicas parecem imortais como Hebe Camargo, Silvio Santos, Oscar Niemeyer... José Alencar, para mim, estava quase entrando para esse hall, mais pela bravura da luta contra o câncer do que pela popularidade. Aprendi a admirá-lo quando em algumas situações (dentre as vezes que assumiu a presidência) chegou a despachar ainda internado por conta da doença.

Uma verdadeira lição aos que se abatem por qualquer besteira, que ficam de mau humor por uma gripe ou um dedo quebrado. Naquelas situações eu o admirava e entendia que um dos motivadores de sua esperança em recuperação era justamente o trabalho, mostrar-se seguro, produtivo e ocupando sua mente com coisas boas, sentindo-se útil.

Esse homem foi um grande exemplo, encarou a doença, não esmoreceu, batalhou até o fim. E a mensagem que deixou foi "enquanto houver vida, há esperança".

Rest in peace.

domingo, 27 de março de 2011

100*100*100*100*100*100*

Gol número 100 de Rogério Ceni!!!

Foi um chute certeiro. Falta bem cobrada. Lindo!!!

Na minha opinião 100 gols de um goleiro valem muito mais do que 1000 de um atacante. Por questões óbvias: atacante tem obrigação de fazer gols, já um goleiro tem obrigação de defender... gol é um adendo. E, hoje, sim ele defendeu muito, uma das defesas mereceu até mesmo o cumprimento do seu oponete que chutou a bola.

Nunca fui baba ovo do Rogério Ceni, nem acho a pessoa mais simpática do mundo, mas ninguém pode negar que ele sempre foi muito bom profissional defendendo seu gol, um profissional exemplar nos treinos, mais do que isso, o que mais admiro nele é o amor à camisa são-paulina. Coisa rara em nossos dias, quando os atletas juram amor eterno ao clube até a próxima oferta milionária. Nada contra boas ofertas de trabalho, mas um pouquinho de ética, coerência e menos ganância, conta quando se trata do esporte considerado paixão nacional.

Hoje o goleiro são-paulino Rogério Ceni entrou para a história do futebol mundial. Feito para poucos.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Rihanna branca?

Ontem estava com meu primo, Maurício, zappiando pela programação televisiva quando dei de cara com um videoclipe da Rihanna. Fiquei surpresa:

- Meu Deus! Ela está ficando branca ou é impressao minha?

- Viche! É mesmo... olha lá, o rosto, os braços... Ihh... mas você não viu outro dia a Beyoncé saindo de um cabeleireiro loiríssima e também parecendo com a pele mais clara?

Na hora pensei: "Deuses, seria algum efeito Michael Jackson?" Mas logo em seguida analisei:

- Pensando bem... acho que não tenho que ficar espantada, afinal, o que dizer das pessoas que não podem ver um solzinho que correm para a beira da piscina ou para a praia querendo "pegar um bronze"? E o que é o bronzeamento senão uma defesa natural do organismo aos raios solares? Em outras palavras, uma agressão à pele!

Conclusão: bem, conheço mais pessoas brancas que querem escurecer a pele do que negras que querem clareá-la, portanto, não tenho razão para tanto espanto.

terça-feira, 8 de março de 2011

Arroz indiano




Hehehe... sem querer, hoje, fiz um arroz indiano!!!

Não, não é que tenha os temperos indianos, é que as cores lembram as da bandeira da Índia.

Quando vi, logo associei e achei engraçado.

terça-feira, 1 de março de 2011

Dicas para quem for à Índia

Quando decidi ir à Índia, muitas pessoas que conheço manifestaram o desejo de um dia conhecer esse país tão exótico - para nós ocidentais.

Confesso que fui meio "crua" para viagem, já que não fui em busca de espiritualidade, não entendo nada de ioga, não fui para fazer trabalhos voluntários e muito menos com conta bancária para me hospedar em hotéis cinco estrelas megapreparados para as exigências ocidentais, apenas com algumas informações de segurança, hospedagem e pontos turísticos.

Mesmo tendo ficado menos de um mês em terras indianas, acho que fiz um bom roteiro conhecendo a capital New Delhi, Agra, Jaipur e a destoante Goa e, o que fez toda a diferença foi o contato com as famílias indianas, vivenciando o cotidiano deles. E, agora, alguns amigos me pedem dicas sobre a Índia (só quero ver quando irão!). Pois bem, espero colaborar com as dicas a seguir:

- primeira e mais importante coisa a fazer é responder a seguinte pergunta: qual é seu propósito indo para Índia, busca de espiritualidade, curiosidade por uma cultura milenar, turismo exótico, trabalho voluntário, vegetarianismo...? Se você descobrir que é pura curiosidade por roupas coloridas, músicas alegres porque achou tudo muito bonitinho da novela Caminho das Índias ou porque não sabe de outro país famoso para fazer turismo, prepare-se, a realidade indiana pode ser muito dura para você.

- veja qual será a sua verba para a viagem. Se for uma pessoa abastada, metade dos seus problemas estarão resolvidos, já que poderá se hospedar nos melhores hotéis com todo o conforto (com chuveiro quente, cama decente e comida ao gosto do turista), contrará com guias dispostos a te paparicar em troca de generosas gorjetas e não terá muito tempo para ter contato com os indianos pedintes que quase não te deixariam andar pelas ruas.

- faça um roteiro detalhado sobre os lugares que pretende conhecer e coisas que quer fazer. Se contratar uma agência facilita muito essa parte, mas, se for no esquema mochilão, lembre-se que a burocracia indiana é absurda. Prepare-se para perder um dia inteiro para comprar uma simples passagem de trem, se quiser ir de primeira classe (mas por favor não se iluda com o título de "primeira classe"). O site que recomendo para reservas de hotéis e compras de passagem aéreas, quando estiver em solo indiano, é o www.makemytrip.com. Ele é bastante popular na Índia e funciona.

- para os mochileiros eu recomendo, em Delhi, o Hostel Internacional (albergue da juventude). Embora eu não tenha dormido nenhuma noite lá, eu o visitei e é bem decente, limpo e com preços justos. Fica na zona das embaixadas.

- beba apenas água mineral. Nunca aceite água na rua e mesmo nos restaurantes beba apenas quando a garrafa, lacrada, for aberta na sua frente.

- banheiro: leve papel higiênico para qualquer lugar que for. Mesmo em lugares turísticos este é um artigo tido como souvenir e é comum a inexistência do nosso amado vaso sanitário, então, prepare-se para agachar muito durante sua viagem.

- se você for "enjoadinho" como eu, sempre que for visitar um templo, leve um par de meias extra, assim você não precisará ficar totalmente descalço (voltando para o hotel com os pés encardidos) e nem ter que calçar sapatos com meias sujas, já que a entradas nos templos só é permitida sem sapatos.

- nas grandes cidades, a poluição é insuportável. No meu caso passava o dia todo tomando golinhos de água e mesmo assim a garganta ficava arranhando. E os olhos ardiam. Acredite: não só a sua roupa como você inteiro chegará ao final do dia coberto pela fuligem.

- em casas de família e hotéis mais baratos, banho é de canequinha. Primeiro eles ligam uma espécie de bomba, espera-se alguns minutos e você pode então encher um balde com água quente e misturar com água fria para tomar seu banho. Apesar do estranhamento, até adquiri uma técnica própria para o banho, me molhando e enxaguando em partes (do joelho para baixo, da coxa para baixo, da cintura para baixo até chegar ao pescoço). Sofri muito quando resolvi lavar a cabeça com a canequinha, pois passei muito tempo toda molhada e como não existe "box" a friagem se apossou da minha pessoa e fiquei resfriada.

- até agora não descobri a razão, mas os colchões são muito duros. Dormir de lado é quase impossível.

- a comida é absurdamente apimentada para nossos padrões. Quando possível, lembre de pedir a quem for preparar a comida de não colocar pimenta.

- prepare-se para comer muito com as mãos. Não é só a tradição de não utilizar talheres, mas é que os pratos não costumam ser "sólidos", então eles comem muitos alimentos com pedaços de pães. Sim, os pedaços de pães são feitosse de talher. E mesmo um suco ou uma goiaba pode ser uma desagradável surpresa ao nosso paladar, já que nas ruas não é comum "adoçar" um suco, dependendo eles colocam sal! Dizem que é para tirar a acidez.

- você verá muitos homens fazendo xixi em qualquer muro e a qualquer hora. As pessoas também arrotam e soltam puns sem a menor cerimônia. É o jeito deles.

- você verá muitos animais pelas ruas, muito, muito além das famosas vacas: bufálos, macacos, cachorros, cabrito, porcos, camelos, só para citar alguns. Dei sorte porque fui no inverno, mas já soube que no verão, todos os lugares são invadidos por muitos insetos.

- por garantia, leve protetor solar e repelente. Eu fiz isso e deu muito certo.

- a pele branca é muito admirada e também objeto de desejo dos indianos e não é aconselhável uma mulher viajar sozinha por lá. Se isso for inevitável, não fique "dando sopa" pelas ruas e tente fazer amizade com outros turistas para NUNCA andar sozinha. A sociedade indiana não costuma dar valor à mulher, há muitos abortos de fetos femininos. Eu mesma vi propagandas no metrô tentando incentivar os pais a tratarem bem suas filhas.

- a menos que vocês esteja em um restaurante com preços tabelados ou em um supermercado, pechinche tudo. TUDO MESMO (leia o meu post I'm not Tata Birla).

- se você for uma pessoa de pele branca, tenha paciência, invariavelmente, alguns indianos pedirão para tirar fotos com você. Não se assute (leia o post "Como uma pop star").

- apagões, quedas de energia e falta de água são frequentes em toda a Índia. Então, se estiver em uma conversa urgente com seu namorado no Brasil e de repente cair a conexão ou no meio de um banho quando finalmente você encontrar um chuveiro de água quente... paciência, faz parte.

- o trânsito é caótico mesmo, buzina não é acessório é necessidade e o melhor mesmo é fazer um bom seguro-viagem e "entregar para Deus" todas as vezes que botar o pé na rua. Leia o post "Primeiro eu, primeiro eu".

- por ter fama de povo espiritual, não espere que todos os indianos sejam gentis, honestos e educados com você. Primeiro que a maioria deles vê o gringo como fonte de rúpias e se for um pedinte ou comerciante, será insistente à exaustão. Mesmo nos guias, não confie cegamente, lembre-se que todas as vezes que eles levarem turistas à uma loja ou restaurante, estão ganhando uma comissão sobre o que você está consumindo (pratica normal em todo o mundo). No Rajastão vi uma cena surpreendente, o meu guia discutiu e pegou um vendedor ambulante de cds pelo colarinho, quase indo aos socos porque ele considerou uma verdadeira extorsão o preço que cobrou do turista alemão. Pura cena, já que uma das últimas coisas que fez naquele dia foi nos levar à uma loja de produtos feitos com pele de camelo. Eu não resisti e comprei um par de rasteirinha por Rs 270, no dia seguinte, paguei Rs 100 por outro par!

- o inglês do indiano não costuma ser fácil de entender, o sotaque deles é bem diferente do americano tão comum aos nossos ouvidos e mesmo do britânico, de onde aprenderam. No Rajastão então é quase incompreensível. E mesmo quando você se pegar ouvindo uma conversa em hindi, não se espante, pois parece que sempre estão discutindo.

- e, por último, abstraia sobre a sujeira e o cheiro do esgoto à céu aberto.

Se você está consciente de todas essas "dificuldades" e mesmo assim morre de vontade de visitar palácios e conhecer uma história milenar. Boa sorte e divirta-se. Depois me conta, tá?

P.S. em 16/03/2011 - leiam o www.indiagestao.blogspot.com, um blog de uma brasileira que vive na Índia, ela fala muitas verdades sobre aquele país.