quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

"Pedir pra sair" não é para qualquer um

Tá, estou longe de ser uma católica fervorosa (às vezes duvido até mesmo de que sou católica) e nem acompanhei muito a trajetória e trabalho do Bento XVI, muito por conta da sua falta de carísma que, depois de um João Paulo II, convenhamos, seria bem difícil ter algum destaque. Por outro lado não posso deixar de declarar aqui a minha admiração pela atitude de Joseph Ratzinger: "pedir pra sair".

É isso aí, estamos falando da Santa Igreja Católica Apostólica Romana, aquela mesma que durante séculos e séculos se mostrou uma fortaleza, austera, que entre erros e acertos sempre pareceu inabalável, e ter o cargo mais importante nesta instituição não significa estar apossado de poderes sobrenaturais, mas sim deixar tudo em ordem, de preferência como sempre foi.

Sendo assim, seria muito óbvio que um alemão, meio sisudo cumprisse sua missão de Papa exemplarmente. Mas o mundo mudou, muda e mudará cada vez com mais velocidade. O maior país católico no mundo, o Brasil, há décadas se dispersa entre outras religiões, escândalos sobre pedofilia envolvendo padres mundo afora se fortificam, questões como aborto, divórcio, homossexualismo entre tantos outros assuntos considerados tabus pela Santa Igreja talvez tenham contribuído, e muito, para que Bento XVI tomasse sua decisão histórica, corajosa e quase heroica.

Espero que esse movimento abale mesmo a Santa Igreja, que o próximo Papa e todos os sacerdotes mudem um pouco suas ideias arcaicas e repensem como é viver no século 21.

Parabéns Joseph Ratzinger: boa aposentadoria.