domingo, 31 de agosto de 2008

Caminhadas e trilhas



Como disse antes: não tenho habilidades para esportes. Mas gosto muito de andar, caminhar... confesso que nem como hobby consigo fazer disso uma prática (infelizmente). De qualquer forma, sempre que posso eu faço uma caminhada, nem que seja no horto florestal (foto) da cidade, às 7 horas da manhã, quando o sol ainda não está rachando coco e o parque não está cheio.

Apesar disso, vou pouco aos outros parques. O Ibirapuera talvez seja o segundo que mais fui em São Paulo, embora o da Cantareira (maravilhoso), o da Luz e do Ipiranga também já me encantaram. Pois é, e também me envergonho de dizer que não conheço o Trianon, por exemplo. Mas isso é fácil de ser resolvido.

Outras oportunidades aparecem muito quando viajo, para qualquer canto que seja, afinal, se consigo arranjar um pedacinho dentro da megalópole que é São Paulo, imagine em outra cidade. Já tive o prazer de conhecer os hortos de Sorocaba e Avaré, fazer caminhadas em Brotas e Iporanga (lá na região das cavernas do Petar).

As trilhas mais lindas que fiz ficaram na encantadora ilha de Fernando de Noronha-PE, as de superação em Lençóis-BA, na Chapada Diamantina (quando fiz uma trilha de 39 km) e as que voltarei a fazer em Ilha Grande-RJ (foto).

Mesmo quando vou à praia, costumo dizer que "não tenho vocação para jacaré à milanesa". E na primeira oportunidade que tenho, lá estou eu a caminhar de uma ponta à outra, à beira-mar.

Qualquer dia desses vou postar um texto para cada viagem, trilha ou caminhada. Por enquanto, quem quiser me acompanhar em alguma caminhada ou trilha: é só me avisar.

sábado, 30 de agosto de 2008

Tempo X desculpas

Albert Einstein (uma das personalidades que mais admiro) constatou: “O tempo é relativo”.

Ok. Ele é o pai da teoria da relatividade, e tenho certeza que de alguma forma levou em conta o fato de a grande maioria da humanidade não saber o que significa a relatividade na física (na qual me incluo). Mas Einstein em sua histórica simplicidade era sábio, e como tal, me faz pensar de maneira singela.

Eu concordo que tempo é relativo. E vou além: para mim o tempo existe quando há vontade para que ele exista. Tomo por mim e por observar as pessoas com as quais convivo e, sinceramente, nunca vi alguém que realmente deseja algo, desistir de algum projeto ou pessoa por falta de tempo.

Portanto, ouvir frases como “não tive tempo para terminar o relatório”, “não te liguei porque não tive tempo”, “não deu tempo de chegar no início do evento” não fazem muito sentido para mim. O tempo jamais poderia ser usado como desculpas, pois, além de ser daquelas bem esfarrapadas, acaba chamando o outro de idiota.

Para quem discorda da minha posição, analise:

“Não tive tempo para terminar o relatório”
Tempo para o relatório se chama prazo. E os prazos são pré-definidos, portanto existe um período para que eles sejam realizados. Claro que existem os imprevistos: um pneu que fura no meio do trânsito caótico, o “apagão” do provedor de internet, o cliente que não atendeu... enfim, são situações que ocorrem, mas não todos os dias e ao mesmo tempo. Assim, prazo, pode ser apertado – e na maioria das vezes é – mas dá para cumprir e, dependendo, até ser negociado. Digamos nós jornalistas.

“Não te liguei porque não tive tempo”
Nossa! Durante anos Alexander Graham Bell deve ter se revirado muito no caixão, cada vez que essa frase foi dita pelo mundo afora. Hoje, acredito que ele ficaria mais surpreso pela cara de pau de quem ainda ousa falar esse tipo de coisa, pois, o “te ligar” virou sinônimo de “me comunicarei com você” e com os recursos tecnológicos disponíveis pode ser um telefonema, uma torpedo pelo celular, um e-mail, uma frase no MSN, enfim, em qualquer lugar ou situação é possível pegar um aparelhinho e escrever uma frase, dar um sinal de vida e ainda fazer uma pessoa se sentir respeitada.

Acredito que culpar o tempo é, no mínimo, falta de uma desculpa razoável. E injusto, pois somos nós que fazemos ou determinamos nosso tempo, cada vez que assuminos um compromisso. Por isso, jamais use o tempo como desculpa.

P.S.: Isso também serve para mim. Se um dia eu disser "não deu tempo", podem pegar no meu pé.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

A Olimpíada vista por uma torcedora

Adoro esporte! Mas tenho consciência que o melhor que posso fazer por ele é torcer, torcer e torcer. Embora eu seja uma pessoa alta, esguia e com boa flexibilidade, nunca tive coordenação ou reflexo suficientes para jogar vôlei, basquete, queimada ou qualquer outro jogo em equipe. Os esportes de combate como judô, taekwondo eu assisto e torço, e bem de longe. Sempre tive pavor de praticar qualquer um deles, por medo de quebrar um braço ou um dente, como já vi acontecer.

A natação até que acho que me daria bem, a única vez que pratiquei (durante um ano) tive um desempenho muito bom. Mas... pensando bem... deixar meu corpo parecido com "um" Rebeca Gusmão, não vale nada a pena. A ginástica artística é legal de se ver, mas o meu medo de dar piruetas e quebrar o pescoço deixa ela lá e eu aqui. Hipismo... lindos os cavalos, mas morro de medo de qualquer um deles. É... sou medrosa mesmo.

Enfim, não tem jeito. Minha vocação esportiva se limita a torcer. E em respeito a essa vocação é que nas últimas semanas da minha vida eu troquei meu sono por vigilias incansáveis na frente da TV. Assisti de tudo, do futebol ao pingue-pongue (que eles insistem em chamar de tênis de mesa). E como conseqüência minhas tardes se tornaram sonolentas e intermináveis.

Posso dizer que me emocionei com o César Cielo Filho no pódio, ouvindo o Hino Nacional, e como se não bastasse, todas as outras vezes que se repetia a cena nos telejornais. Chorei de raiva quando vi o Diego Hipólito cair sentado no último gesto da sua apresentação no solo. Vibrei com o ouro da Maurren Maggi (atleta que há anos acompanho as notícias), da mesma forma que aceitei, com resignação, a prata do time de vôlei masculino e até mesmo a prata do futebol feminino.

E o espetacular nadador norte-americano Michael Phelps, com sua meta de conquistar oito medalhas em uma única Olimpíada, que por UM segundo, apenas UM segundo tornou seu sonho em realidade. Sim, eu pude ser testemunha - não ao vivo, mas em tempo real - de parte dessa história no esporte, e me senti muito feliz por isso.

Passada a Olímpíada começam as promessas: "vou fazer alguma atividade física", "vou incentivar as pessoas a praticarem esportes", "vou ter uma vida mais saudável"... rs... Agora, que venha Londres, quem sabe até lá terei conhecimento técnico para comentar !

A lição que um tomatinho me deu




Oi. Esta é a primeira vez que escrevo no meu blog (A-DO-RO falar esta palavra BLOG, até encho a boca para falar... BLOG... daí parece que faz mais efeito) e, sinceramente, nem sei por onde começar.

Faz pouco tempo que me atentei ao fato que blog é uma coisa muito legal. Fazer um diário hi-tech é uma idéia divertida, mesmo para uma pessoa tímida e nada tecnológica como eu. Mas, enfim, aqui estou... até entrei em um cursinho de jornalismo on-line (já que é para fazer a coisa.... vamos fazer direito). E esta, na verdade, é a minha primeira lição de casa!!!

Hummm... vou falar sobre os pequenos prazeres da vida.

Conheço muitas pessoas, de diferentes níveis sócio-econômico-cultural, pobres, ricos, legais, esnobes, certinhos, desmiolados, inteligentes e meio lentos... acredite: de todos os tipos. Mesmo assim, noto que a maioria deles tem algo em comum: reclamam que pouco se divertem, por falta de tempo, por cansaço ou por não terem condições de fazer algo realmente relevante e que dê prazer. Pior, se sentem perdidos e nem sabem dizer o verdadeiro valor e sentido de suas vidas.

A minha sincera opinião é que as pessoas têm esse sentimento quase que de culpa e punição (não posso me dar ao prazer por causa disso ou daquilo) porque se esquecem de prestar atenção nas pequenas coisas, de olhar o lado simples da vida: a natureza como ela é.

Eu moro em uma casa que tem um quintal cimentado. Ele é cinza, rústico, feio, mas perfeito para cumprir a função dele: abrigar os carros da família e servir de corredor para o meu cachorro (Ônix), que acaba “lixando” as unhas por ali mesmo, de tanto correr e pular. Os portões são de ferro e combinam perfeitamente com o quintal de cimento. Todos os dias eu entrava e saia com o meu carro, abria e fechava aquele portão, na mais pura rotina mecânica. Até que, um belo dia, notei que em um cantinho entre o muro, o chão e o portão nascia uma plantinha. Na hora pensei que fosse um matinho qualquer e fui para arrancá-lo. Quando cheguei perto vi que era alguma outra espécie. Por algum motivo que não sei dizer qual, resolvi deixá-la ali, como estava. Mais cedo ou mais tarde o Ônix se encarregaria de acabar com ela mesma.

Passaram-se alguns dias e até semanas e a plantinha continuou intacta. Não só isso. Mesmo com a dificuldade por falta de espaço, terra e sabe-se lá mais o quê, ela continuou não só crescendo como bem no meio do seu galhinho apareceu uma bolinha. Instigada olhei, analisei e, por sorte, não toquei, até que identifiquei: era um tomatinho. Lindo! Tava do tamanho de uma pitanguinha, verdinho, tão lindo. Fiquei tão emocionada e não acreditei que aquilo pudesse ocorrer e tentei reconstituir os fatos.

Fiquei imaginando que talvez um passarinho, na mais tradicional das suas funções de transportar sementes, em plena megalópole que é São Paulo, deixou cair do seu bico uma semente de tomate, que, coincidentemente caiu em um buraquinho com menos de 1 cm² no meu quintal. E ali, aquela brava e sortuda semente tomou forças, cresceu, até que mais um milagre aconteceu: o estabanado do meu cachorro nem se deu conta da sua existência e, com isso, ela pode chegar a dar um pequeno fruto.

A partir daquele momento passou a ser uma questão de honra cuidar para que o tomatinho crescesse saudável. Uma verdadeira missão. Todos os dias, antes de abrir o portão para ir trabalhar, dava uma olhada no tomatinho, até arriscava um “bom dia”, mas claro, sem sucesso de resposta. No final do dia, antes mesmo de chegar em frente à minha casa, eu já me preocupava e ao despencar do carro, que alegria. Lá estava o singelo tomatinho.



Mais alguns dias se foram e bravo tomatinho que havia passado “infância”, “adolescência” e já entrando na fase “adulta” (aquela em que ele não iria mais crescer, apenas amadurecer) comecei a me apavorar com a dúvida: “O que vai ser desse tomate? De que adianta tanta persistência em nascer, crescer e chegar até ali se ninguém comê-lo?”. O problema veio porque eu não como tomate. Nunca gostei de tomate. Eu não gosto nem de macarronada por causa do molho de tomate! Comecei a minha campanha “quem vai comer o tomatinho”. Ofereci à minha família, vizinhos, amigos, colegas de trabalho e nada. As pessoas estranhavam eu dar tanta atenção ao nascimento de um tomate e ainda mais que eu o oferecesse.

Enquanto isso, de verde escuro ele foi clareando, amarelando, as primeiras nuances vermelhas apareceram até finalmente ficar totalmente vermelho. Quando vi que aquele poderia ser o último dia da sua vida, como um ser saudável... respirei fundo e colhi o tomatinho. Lavei, piquei e coloquei na panela com carne moída, temperei e comi... e não é que ficou uma delícia!

Isso aconteceu faz mais ou menos um mês. E eu ainda não aprendi a comer tomate, mas me orgulho de ter comido o meu tomatinho de estimação. Ele me mostrou que para nossa vida ter sentido é preciso acreditar. Enfrentar as adversidades como ele enfrentou, para ganhar a atenção de pessoas que irão fazer valer tanto esforço e assim, encontrar o verdadeiro sentido de estar nesse Planeta insano.