segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Odisséia para Agra




Finalmente saí do casulo e fui perambular pela cidade. A meta do dia era planejar minha viagem para Agra!!!! Sim, vá à Índia e veja o Taj Mahal. Com isso conheci também um pouco da burocracia indiana e, mais uma vez, haja paciência.

Pela primeira vez em Delhi peguei ônibus, metrô e riksha, circulando de fato entre as pessoas – pois até então havia apenas andado de carro, em zonas mais “organizadas”, com boas lojas e poucos pedintes.

Há pelo menos três tipos de ônibus por aqui: o caindo aos pedaços e sempre apinhado de gente, os mais novos, mas, dependendo do horário não menos cheios e os com ar-condicionado, um verdadeiro luxo para a população. Os preços são diferentes entre os com ar e sem ar. Peguei o sem ar, novo e fui sentada, paguei Rs 5 (R$ 0,18) a passagem e depois foi a vez do metrô (que existe por aqui desde 2003) com suas estações amplas e limpas.



A passagem foi Rs 16 (R$ 0,58) e o engraçado e que na hora da compra você tem que falar em qual estação vai descer, pega a ficha azul, passa na catraca e guarda, quando desembarcar deposita a ficha e sai. Pelo que entendi as estações são mais organizadas pelo preço que não e dos mais baratos para os padrões indianos. Uma coisa que achei bem legal é que todas as pessoas passam pela porta eletrônica e revista e as mochilas e bolsas pelo scanner. Assim, eu estava em um horário que não era de pico e creio que deva ser meio confuso nessa situação. Também e proibido tirar fotos dentro das estações, por isso, nada de saber como e a fichinha.

Mas o problema mesmo foi conseguir a passagem de trem para Agra. Nunca tive filhos, mas devo comparar a um parto fórceps!!! Na minha cabeça tudo era simples, como foi a reserva do hotel: fiz a pesquisa, escolhi o hotel e paguei. O problema foi para comprar a passagem de trem, iniciando pela informação. Pelo mapa dava para ver que o hotel fica entre três estações, mas como vendo um mapa não dá para saber quais são os reais obstáculos e o melhor acesso resolvi ligar para o hotel e perguntar qual era a estação mais próxima para descer. Então veja o resumo do diálogo:

- Boa tarde. Vou amanhã para Agra e acabei de fazer a reserva no seu hotel. Vi que vocês estão entre três estações de trem, por favor, me diga qual é a melhor para descer?
- Você vem de onde?
- De Nova Delhi.
- E vai para onde?
- Para o seu hotel.
- De trem?
- Sim. Por isso que quero saber qual é a melhor estação para descer.
- Mas por que você quer saber?
- Porque vou me hospedar no seu hotel.
- Mas de onde você vem?
- De Nova Delhi.
- E vai ficar neste hotel aqui?
- Sim, por isso quero saber qual é a estação mais próxima para descer.
- Qual é o número da sua reserva?
- XXXXXXXX.
- Ok. Acesse o site blábláblá.com que lá tem todas as informações.

Dá para acreditar em um diálogo desses? Depois alguém pode até falar que o indiano não entendeu meu inglês. Noooooooo. Quem conversou com a figura foi um outro indiano!!!

Mas isso não e nada além do tempo perdido para adquirir as passagens. Novamente a internet entrou em ação para ver as opções de horários. Tem inclusive cota de passagens na primeira classe para turistas estrangeiros. Escolhida a viagem fiz a reserva, daí que peguei busão e metrô. A confusão em torno da estação e dentro era completa. Tantas pessoas e todo mundo olhando para mim com se eu fosse um ET. Então começou outra saga: descobrir onde fica o guichê. Atravessado todo o terminal naquele mar de gente, ao sair, os "guias" voaram sobre mim tentando me aliciar para suas agências e, de um lado para outro, e as informações mesmo vindas dos guardas da estação eram todas desencontradas, até que finalmente cheguei ao guichê, que na verdade é uma sala, com sofás conforáaveis, pessoas bem vestidas prontas para atender o turista estrangeiro. Preenchido um formulário A4 era só pagar, desde que mostrando o seu passaporte original!!!

Ahhhhh….. estou na Índia!!!! Eu só ando com cópias. Sem chance. Tive que voltar tudo de novo pegar meu passaporte e finalmente conseguir minha sonhada passagem para Agra. Deuses…



Depois de tudo feito eu queria só tomar um bom suco de anar (romã), então peguei pela primeira vez um riksha - aquela bicicleta tipo carrocinha – preço (sempre muito bem negociado) Rs 15 (R$ 0,55).

Viva a burocracia e confusão indiana… mas amanhã estarei em Agra.

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