terça-feira, 27 de novembro de 2018

Êita lugar Bonito!!!




Gruta Azul, a imagem que durante anos ficou em minha mente

Eu teria mais duas semanas de férias neste ano e pouquíssimo tempo para decidir o destino. Confesso que antes não era tão desorganizada assim, claro, algumas viagens eram definidas em cima da hora, mas a maioria não. Mas em 2018, vou te contar... por outro lado digo que a boa sorte sempre esteve comigo, pois foram experiências maravilhosas :-)

Duas semanas antes, depois da turbulência de emoções no meu trabalho, achei bilhetes aéreos com preços bem atrativos para Bonito (MS). Sim, aquela lindeza de lugar. Eu sabia que os passeios eram caros, pois há dez anos (ou mais) quando fui para a Chapada Diamantina, a Patrícia tinha ido para Bonito na mesma semana, ao voltarmos de férias, nos encontramos para contarmos sobre nossas viagens e havia lugares bem parecidos, como a Gruta Azul, mas na hora de compararmos os preços dos passeios era de uma disparidade absurda! Acho que por isso mesmo deixei um pouco para lá a ideia de visitar este destino. Mas chegou a hora, e a Serra da Bodoquena que me receba.

O pequeno aeroporto de Bonito, pelo que entendi há
voos comerciais apenas alguns dias na semana
Compradas as passagens, na semana do embarque resolvi pesquisar os passeios e seus preços em Bonito. É tudo tabelado gente! Foi então que me deu até um aperto no coração. Lá, tudo é pago: o passeio, o transporte para o passeio e, claro, o almoço do passeio quase nunca incluso no preço e como todos são em fazendas, propriedades privadas, é proibido levar comida. Pensei: "bom, faço a reserva em um lugar legal, com uma boa piscina, na pior das hipóteses se acabar o dinheiro para mais atrativos fico à beira da piscina lendo um livro ou quem sabe conversando com outros turistas". Foi o que fiz e embarquei para minha nova jornada em outubro.


A escolha foi pelo hostel Che Lagarto, o qual superou minhas expectativas justamente por ser um hostel. Soube mais tarde que a estrutura era boa por ter sido um hotel. E café da manhã e limpeza, estavam melhores do que muitos por aí.

Minha viagem foi bem tranquila já que tem voo direto para Bonito, partindo de Campinas, pela Azul. De entrar no carro do Uber, em frente à casa da minha mãe em Sorocaba, até pisar no hotel em Bonito, foram apenas quatro horas.

Deixei a mochila na recepção até chegar a hora do check in, enquanto isso fui para a agência decidir sobre quais passeios fazer e pegar mais informações para os próximos dias.

As opções são bem diversificadas: passeios em grutas, trilhas, flutuações, balneários, boia cross, contemplação, cavalgadas e até para o Pantanal. Como disse antes, tudo tabelado e nada barato, porém bem estruturado e com segurança. Os maiores riscos que corri foram as picadas dos mosquitos e do sol nas flutuações.


Rua Cel Pilad Rébua
O roteiro ficou assim: balneário Nascente Azul, contemplação da Gruta Azul, trilha na Boca da Onça, boia cross no Parque Ecológico. Mais três flutuações e o critério de escolha foi o seguinte: a primeira no Rio Sucuri por ser a com águas mais transparentes. A segunda a do Aquário Natural, para ver muitos peixes. E a terceira no Rio da Prata, com o percurso mais extenso, águas claras e muitos peixes, considero ser a flutuação mais completa.


Primeiro dia em Bonito e minhas impressões


Na Praça da Liberdade, o monumento em homenagem às piraputangas

Se eu ousasse falar aqui que estava cansada da viagem estaria mentindo, pois essa foi bem curta e tranquila. Decidi os roteiros, acomodei-me e conheci o hostel. Era umas 14h30 quando fui para o centrinho de Bonito, que se resume à rua Coronel Pilad Rébua e poucas ruas paralelas e transversais, caminhada de 20 minutos do hostel à Praça da Liberdade, se duvidar, nem isso.

E toda pequena cidade tem uma igreja central,
aqui é a de de São Pedro Apóstolo, em frente à Praça da Liberdade
Ao contrário de cansada, estava com fome e o primeiro restaurante self-service que vi aberto naquela hora entrei, o Arco Irís. Achei bem fraquinho, mas era o que tinha para aquele momento. Depois fui fazer o reconhecimento local, olhei as lojinhas e os restaurantes que eu poderia ir das próximas vezes. Também fiquei de olho nas sorveterias com produtos de frutas típicas da região: murici, cagaita, guavira...

Meus dias começavam
assim...
Piscina: meu plano B ;-)
Quando voltei para a casa, algumas pessoas ficaram indignadas de eu não ter comido a bendita carne de jacaré. Olha, teve horas que até passou pela minha cabeça dar uma provada, como comprar um pastel com a carne, mas daí acabou que me distraia com outras coisas e passou. Não comi e pronto.



... e costumavam terminar assim!
Cheguei ao hostel deveria ser quase 18h e logo conheci minhas companheiras de quarto, as irmãs Márcia e Marisa. Bem simpáticas logo começamos a conversar. Elas haviam acabado de chegar do passeio Boca da Onça. Todas tomamos banho e fomos jantar. Eu nem estava com tudo aquilo de fome porque tinha almoçado tarde, mas queria experimentar uma refeição típica.

Por recomendação do Juninho, queria conhecer o restaurante Aquário, e as meninas toparam dar uma olhada. Logo do lado de fora, vimos os pratos sendo servidos e nos chamou muito a atenção a apresentação da piraputanga, com umas coisas "espetadas". Pedimos.

Eis minha primeira refeição típica da viagem: piraputanga

Após o jantar, olhamos mais uma vez as lojinhas, paramos em uma sorveteria e voltamos para o hostel. Na verdade essa se tornou a minha rotina ao longo de oito noites, ora jantando no Casarão (na minha opinião o melhor restaurante), zanzando pela rua e praça, tomando um sorvetinho... ah... provei o tão badalado sorvete assado. Hummm, interessante, uma espécie de marshmallow (hehehe, difícil seria eu não gostar dessa combinação). Curti.

Domingo - Balneário Nascente Azul


Vista geral do lago, com destaque para a tirolesa

Os balneários são mini clubes de recreação, perfeitos para famílias com crianças. E eu, estando sozinha, claro não seria meu passeio principal. Para dizer bem a verdade, não estava lá muito empolgada, mas devido à época em que fui a cidade estava cheia e poucas opções para escolher naquele dia, já que toda atração tem um limite diário de visitantes, respirei fundo e fui.

O escolhido foi o Balneário da Nascente Azul. Com lago e várias pontes suspensas para atravessá-lo, tirolesa para cair na água e muitos peixes para dividir espaço. A escolha basicamente foi pela distância, estando mais longe do centro de Bonito, transporte mais caro, menos gente! Acertei.

Se olhar com bastante atenção verá uma das
 piabinhas beliscando minha perna. Elas adoram fazer isso comigo

Ao chegar logo comecei a conversar com Camila, uma baiana que estava com seu filho Matheus, de sete anos. Duas pessoas incríveis que fizeram meu dia superar as expectativas (tá, ok, eram baixas as expectativas para o passeio, mas o papo foi tão agradável e resolvi soltar a criança que existe em mim e os três sempre estavam em alguma atividade). Uma delícia de dia.

É preciso dizer que no mesmo local há duas outras atrações: a tirolesa de 450 metros de extensão e a flutuação. A primeira achei muito cara para o que era e a segunda, sim eu queria fazer flutuação, mas eram só 300 metros, achei melhor investir em outras com percurso maior. Mas os relatos de quem foi nessas atrações foram positivos.

Aproveitei tudo
Uma linda imagem do chão forrado de pétalas

Segunda - Gruta azul

Este é o tipo de lugar imprescindível de um amante da natureza
 ter em seu currículo como visitação

Eu queria ir até a Gruta Azul e posso dizer que foi este o passeio que levou-me até Bonito. Não costumo ver muitas fotos sobre os destinos que escolho. Até leio sobre, mas não gosto de ver fotos e criar falsas expectativas. Mas esta Gruta Azul ficou durante anos na minha cabeça, desde que a vi pela primeira vez.

Ao chegar no ponto de apoio, há uma pequena palestra com instruções sobre o passeio. Em seguida partimos para a trilha plana de uns 300 metros e outros 300 degraus. Escadaria meio rústica, mas com apoio para chegar à gruta. Tudo cronometrado, pois são vários grupos por volta de 20 pessoas. E os guias vão contando a história de como surgiu e tombada em 1978 como patrimônio histórico.
A escadaria tirei de letra

É simplesmente linda! E algo que encanta aos olhos de quem a vê e, lá embaixo, dentro de uma gruta aquele azul turquesa de beleza indescritível deixou-me sem palavras.

Uma pena não podermos entrar em águas tão claras, mas o guia explicou que para preservação essa foi a única alternativa encontrada. Ali foram encontrados fósseis de animais pré-históricos como do tigre dente de sabre e a preguiça gigante, mas o que reina atualmente no local foi a descoberta feita no início deste século: um mini camarão de água doce que, acredita-se existir apenas ali em todo o planeta.

Terça - Flutuação Rio Sucuri

E o que é flutuação? Oras, flutuar é só colocar no rosto a máscara com o snorkel, vestir um colete (que no meu caso só sei nadar em piscina) e ficar lá, de cara para baixo observando o que rola embaixo d'água. Já fiz diversas vezes isso, nos famosos passeios de escuna (Cabo Frio/RJ, Florianópolis/SP, Porto Seguro/BA e Fernando de Noronha/PE), ou seja, embora seja sempre um atrativo excitante, achei que não seria uma novidade na minha vida... mas foi!

Em Bonito as águas são bem claras, sem poluição e com o solo de rochas calcárias que ajudam a transparecer mais ainda. No caso dessas flutuações, o visitante inicia o trecho em pequenos grupos com nove pessoas, orientados por um guia (que faz uma explicação e adaptação em piscina para que todos se acostumem) em algum trecho do rio e a própria força da água faz com que o curso do rio leve nossos corpos, esforço mínimo de poucas braçadas.

A sensação é única. No início confesso que foi difícil me concentrar pois estava preocupada em não respirar pelo nariz e não morder na ponta do snorkel, o que poderia cansar demais as mandíbulas. Mas o encantamento de flutuar em em águas tão transparentes em companhia de lindos peixinhos foi maior e em pouco tempo relaxei e fui.

Escolhi três flutuações e o critério foi o seguinte: a primeira no Rio Sucuri por ser considerada a de águas mais límpidas, saindo da nascente e de uma cor verde claro encantador. A segunda a do Aquário Natural, em que as águas não são tão claras, mas ainda assim com visibilidade muito boa e uma quantidade absurda de peixes, sim flutuei entre um e outro cardume. E a terceira no Rio da Prata, com o percurso mais extenso, com águas muito claras e vários peixes. Mais uma vez , estrelinha para mim, acertei em cheio.

Ok, chegar à fazenda, aulinha na piscina, fazer uma pequena caminhada e enfim, flutuar.

Quarta - A trilha Boca da Onça


Eis aqui a cachoeira mais alta do Estado do MS: Boca da Onça.
 Alguém consegue ver a imagem da felina?


A lindíssima Cachoeira do Jaboti.
Gostaria de ter visto algum

Super indicado pelas irmãs que se hospedaram comigo, realmente, é um passeio imperdível para quem gosta de mato e cachoeira. A trilha em si não exige tanto de uma pessoa que de vez em quando faz uma caminhada por aí, o que pega mesmo é a escadaria de 886 degraus! E aí meu amigo, será da sua sorte ter que encará-la na ida ou na volta. Dei sorte de descer no início, mas confesso que fiquei com pena de quem teve que fazê-la ao final, já meio cansados - rs. Bem, além de trilha e escadaria tem as lindas e refrescantes cachoeiras, ao todo nove, porém, apenas quatro para banhos.

Cachoeira da Anta, mais um ponto para contemplar

Este foi o passeio onde obtive mais informações sobre a região, com as paradinhas e explicações do guia sobre a fauna e flora, frutos típicos e até indicações de onde saborear os pratos da Serra da Bodoquena. E por ser uma região em que o solo tem formação calcária sob a vegetação, me fez pensar sobre o quanto toda aquela estrutura aguentaria, lembrei até da Gruta Azul, que de repente pode sofrer algum tipo de erosão maior. E veio aquele momento egoísta "ainda bem que estou vivenciando tudo isso enquanto ainda está inteira".

Cachoeira do Fantasma, embora o guia tenha garantido
 jamais ter sido visto algum espectro por ali


A cachoeira que dá nome ao passeio tem 156 metros de altura e é a mais alta do Estado do Mato Grosso do Sul. As pessoas dizem que veem a figura de uma onça com a boca aberta, eu fiquei olhando um tempinho tentando achar, como não vi, achei mais interessante o banho, cronometrado, claro. Depois seguimos mais trilha e paradas para contemplação. O banho na Cachoeira da Lontra foi
Borboletas brancas me acompanharam quase todo o passeio
 o que mais gostei por ser bem aconchegante, mas necessário vestir o colete, pois perto da pedra são três metros de profundidade. Por último a cachoeira e poço do Buraco do Macaco, nove metro de queda. Bem legal também, passamos por "um pequeno túnel" embaixo das pedras para acessar um piscinão com vista, com direito a uma cordinha para nos guiar. Senti que a maioria dos turistas curtiram mais esse último banho. De maneira geral achei bem agradável a temperatura das águas durante o passeio, principalmente por serem cachoeiras esperava que fossem frias, não foram.

Minha cachoeira preferida do passeio: Poço da Lontra

Depois de mais trilha e a volta para o receptivo e o almoço. Dos almoços nas fazendas, acho que este foi o melhor. Pelo menos foi o que comi mais - rs - mas daí também veio aquela dúvida: "foi o melhor mesmo ou eu é quem estava com mais fome e ficou delicioso?"


A foto clássica logo no início do passeio
 (ou do final, depende da sua sorte -rs)
Se tivesse mais tempo, certamente iria para a piscina, pois ali tem duas à disposição dos visitantes, mas estava com uma leseira e pensei nos conselhos de mamis "não entrar na água de estômago cheio". Voltei para o hostel muuuuiiito cansada e feliz :-)

Nove metros de queda no Buraco do Macaco

Quinta - Flutuação Aquário Natural

Os cardumes chegam a se confundir

E eu que já tinha ficado encantada com a primeira flutuação, acordei eufórica e ansiosa tal qual uma criança sabendo que teria um passeio incrível no parque de diversões!!! E como foi incrível esse passeio, peixes por todo o lado.

Como da primeira vez, fizemos um pequeno treinamento na piscina, depois uma trilha. Ao chegar no ponto de partida, infelizmente um casal resolveu não fazer a flutuação. Fiquei pensando na intensidade da fobia dessas pessoas, pois haviam feito o treinamento e teoricamente, não haveria motivos para entrar em desespero dentro do rio. Bem, posso dizer que curti o passeio por todos eles.

Pena que o trajeto seja tão curto e dá aquela sensação de "quero muuuiiito mais", mas não tem como, né. Então fizemos mais um pouco de trilha para chegarmos a um ponto onde existe uma tirolesa... bem... mesmo com medinho... lá fui eu cair naquela água que estava longe de ser transparente - rs - mas fui e adorei.

E no meio do caminho havia um jacaré!
Na trilha de volta ainda pudemos ver pegadas de anta e um jacaré no seu banho de sol diário. No receptivo, comprei meu almoço e o fiz em companhia do casal Adriana e Marcelo e da CSI Paula.


Sexta - Boia Cross e muito tirolesa no Parque Ecológico


O lago com a tirolesa não tinha muitos turistas, aproveitei

O orçamento estava na ponta do lápis, então, apesar de ser um passeio de curta duração, naquele dia, optei por fazer apenas o boia-cross, no Parque Ecológico. E valeu muito à pena, imaginem, tinha tirolesa... u-huuu!!!

A minha classificação de aventura desse boia-cross é: tranquilíssimo. Gente, não dá nem para ter medo: nove turistas, dois guias, cordas de apoio em vários pontos e rio seguindo o fluxo em câmera lenta... uma delícia. Tinha um garotinho de uns seis ou sete anos, o pai era um rapaz de quase dois metros de altura e sarado, houve uma negociação para aprovar a descida do menino, mas o pai garantiu que o garoto estava acostumado com rios desde meses de idade e também sabia nadar, então foram. Juro, quem deu trabalho foi o pai, que de tão grande, mal coube na boia e se enroscava ou levava caldos a torto e a direita, enquanto o garoto só curtia.

Recomendo.


Após o meu bloqueio inicial da tirolesa no balneário que tive um dia todo para me esbaldar e fiz apenas dois saltos com muito incentivo da Camila, neste eu tirei o atraso, tanto que quase tiveram que me tirar a força do lago - rs - tantas foram as vezes que saltei, só que me cansei também, pois das três tirolesas da viagem, esta foi a mais longa e nadar no lago é "pesado". Posso garantir que a refeição naquele dia foi reforçada!

Sábado - Flutuação Rio da Prata e araras

Quase impossível não entrar em transe com
uma experiência dessas. Foto da CSI Paula

Nem é preciso dizer que estava apaixonada pela flutuação, a expectativa era alta  e não houve decepção nenhuma, só superação.

Por fazer parte do mesmo compartilhamento de van, a flutuação do Rio da Prata coincide com o do Buraco das Araras. Assim, o transporte faz a primeira parada para ver as araras para depois seguir para a fazenda da flutuação.

Sim, amo araras, mas tinha informações de quem tinha feito este passeio e as pessoas não se mostraram empolgadas. Contando minhas moedas, foi mais um passeio que passei a vez. Aguardei os que optaram por este passeio em um quiosque, próximo à recepção. Adorei ficar ali, tive a visita de um tatu, um teiu e várias lindas aves, além da prosa com o sr. Modesto, o dono da fazenda - rs.

Para minha surpresa, ao chegar à fazenda da flutuação, qual não foi a minha surpresa ao ser recepcionada por... araras, voando para lá e para cá, pousando nas árvores. Pronto, do meu jeito, também fiz meu passeio de contemplação de aves!!! Quase uma ornitóloga.

Ele ficou mais de meia hora voando a minha volta...

... até encorajar-se a comer na palma da minha mão

Um simpático tatu destemido

Esta é uma seriema

E a arara só me observando

Enquanto o touro Darin olha desconfiado

Neste passeio não houve o treinamento na piscina, para mim ok, mas acho que para aqueles cujo passeio era novidade, seria importante a adaptação. Ok, explicação sobre o passeio, troca de roupas, chuveirada e embarcar num pau de arara rumo à trilha.

A trilha em si é bem tranquila, plana e sem contratempos.

Já na flutuação, estava quase em transe, curtindo meu passeio, agradecendo ao Universo por toda a viagem, por todas as minhas experiências e, em especial, àquele momento... quando de repente o guia aponta para a margem do rio... distância de no máximo quatro metros... cena de "Largados & Pelados"... um jacaré com seu corpo inteiro dentro da água e só meia cabeça para fora. Com a água bem clarinha, estava bem ali, ao meu lado, no seu habitat natural, livre e pertinho de mim. Que emoção!

Além de flutuar ao lado de um jacaré, a outra experiência inédita neste passeio foi "entrar" em um olho 'água. Claro que com a ajuda do guia, os tímpanos quase explodiram, mas achei o máximo mergulhar aquilo. 

O único arrependimento que tive foi de não ter tido a vergonha na cara de ter comprado uma go pró. Deixei de registrar vários momentos aquáticos por conta disso. De resto. Amei tudo.

Dica de ouro para as meninas!!!

Antes da minha primeira flutuação.
 Já vestida com um macacão com mangas longas,
mas não cobria as pernas inteiras,
como em nenhum outro passeio do gênero
Pessoas!!! Tem uma coisa que nunca ouvi ninguém falar: reportagens e blogs de viagens, agências quando vendem os passeios ou guias. Nada e ninguém para avisar, principalmente nós meninas e vaidosas: cuidado para não "queimarem".

A questão é simples e óbvia, mas ninguém pensa ou avisa antes: se nas flutuações é proibido usarmos protetores solares para a maior preservação das águas límpidas (antes mesmo de entrarmos nos rios fazemos um mini treinamento em piscinas e tomamos duchas para tirarmos até o cloro) e flutuaremos com roupas de neopreme que invariavelmente são até a metade das coxas e algumas meia manga, braços e pernas tomarão sol, na maioria das vezes, muito sol.

E qual é a consequência disso? Só me dei conta da questão na trilha da Boca da Onça. Havia uma moça bem branquinha que estava de short e nas pernas tinha imensas tiras cor de rosa, uma em cada perna e apenas atrás. Não resisti e perguntei como acontecera aquilo, ao que respondeu "duas flutuações conscientes e sem protetor solar". Eu que iria fazer duas flutuações logo me preocupei.

Era meio óbvio, mas ninguém avisa, inclusive, os próprios guias só usam macacões compridos, mas para turistas não dão esta opção (eu perguntei). Então, minha dica de ouro desta vez é: quando forem para as flutuações, vistam uma calça leg por baixo. Acreditem, vai fazer toda a diferença!!!

- What time is it back?



Olhei para as pessoas que estavam dentro da van, e como ninguém se manifestou, respondi:

- "Will come back 4 p.m" Pronto, foi o que bastou para que alguns achassem que eu também fosse gringa - rs.

Era o passeio Boca da Onça, e o tal gringo, Martin, um alemão. Quando chegamos à fazenda onde faríamos o passeio, perguntei ao guia se ele falava inglês, ao que respondeu que muito pouco, que se eu pudesse ajudá-lo a passar algumas informações para o alemão, seria muito bom. Claro que o fiz, só achei estranho que em passeios tão caros pouquíssimos guias falem o básico de inglês para esse tipo de situação e mas principalmente porque eu, no lugar o gringo, ficaria muito grata pela ajuda.

Uma penca de bacuris

O grupo basicamente estava formado por casais e eu avulsa como Martin ficamos conversando durante a trilha, quando o guia parava para alguma informação, ele perguntava-me se tinha algo importante ou relevante e, se tivesse, dava o meu jeito de explicar. Coisas simples ou curiosas, como quando um teiú apareceu e o guia falou sobre a reação do bicho quando se sentia ameaçado. E a minha explicação "This animal is seems more lizard than aligator, because when feels dangerous its leave the tail" ou quando falou sobre o bacuri "Bacuri is a typical fruit in this land and a lot of people call it a nickname for the child, for exemple, when somebody ask you 'How many children do you have?' Here the ask wil be: 'How many bacuris do you have?'".

Depois da trilha fomos almoçar. Ele, como bom experimentador pediu um guaraná Antártica, mas quando viu que pedi suco de acerola, quis o dele e disse ter gostado muito. Depois ainda falou sobre os planos de continuar a viagem, passei algumas informações de lugares que talvez tivesse o perfil dele. Foi nesta hora que um casal se aproximou e a moça, meio tímida, disse que entendia o que ele falava, mas que não conseguia falar direito. Resolvi incentivar a comunicação. Pra dizer bem a verdade, não sou grande coisa no inglês, mas acho que ele estava no meu nível, por isso nos comunicamos bem, e até intermediei o pouco tempo que a moça falou.

Bem, mais uma viagem em que as pessoas me confundem com alguma turista estrangeira - rs - já estou até acostumando.

Ah... as pessoas em Bonito

As irmãs que me fizeram companhia nas primeiras noites

As primeiras pessoas com as quais interagi foram as irmãs Márcia e Marisa, do ABC, que estavam na mesma hospedagem e fomos jantar duas noites seguidas, sendo que na primeira refeição, provamos a piraputanga, peixe típico da região, no restaurante Aquário. Gostei bastante, um sabor bem marcante, talvez o tempero tenha ajudado, mas gostei mesmo.


Fazia uns dias que as irmãs estavam por ali e fizeram as recomendações de passeios e locais para comer. Agradeço imensamente sobre as dicas. Também teve a Naty, moradora de São Paulo, que ficou uma  noite a mais e que pudemos trocar algumas ideias.

Matheus e Camila... ah... e a arara!

Mas a primeira parceria (pode soar estranho falar assim de uma pessoa que vimos apenas algumas horas, mas é o que chamo de "encontro de almas", tinha que ser aquilo com aquelas pessoas) foi com a baiana Camila e seu filhote Matheus, de apenas sete anos, no balneário. Camila é uma pessoa livre e responsável, cheia de energia e muito positiva. Foi um dia ótimo!

Outro "encontro" foi com o casal Adriana e Marcelo, de São Paulo. Fizemos dois passeios juntos (apesar de eu saber disso somente no segundo - rs) e subimos para a praça duas noites, como éramos vizinhos de hospedagem, fizeram minha escolta. Provamos o tal sorvete assado e tivemos ótimas conversas. E aos quais peço desculpas por não ter uma foto nossa... pois é, a perfeita seria do nosso almoço com a Paula, mas não tiramos nenhuma.
Sr. Modesto, o proprietário do Buraco das Araras,
 passeio que não fiz, mas o prosa foi tão boa que entrou para
o meu hall de companhia de viagem



Para encerrar os passeios, o último foi com a CSI Paula, do Rio de Janeiro. Havíamos almoçado juntas com o casal, mas batemos papo mesmo a caminho do Rio da Prata e temos muitas informações sobre viagens ainda a serem trocadas!

CSI Paula, a quem devo agradecer as fotos aquáticas. Belo ângulo - rs

Agradecimentos eternos por vocês fazerem minha experiência melhor!!!

segunda-feira, 11 de junho de 2018

Jalapão, uma escolha acertada

Entrado oficial do Parque
O Jalapão é bruto. A primeira vez que ouvi isso foi da Elisabete, do grupo da Atho, pois fazia bem pouco tempo que ela estivera por aquelas bandas e a Nany a indicou para algumas dicas. Depois, durante o passeio ouvi esta mesma frase muitas outras vezes.

Devo concordar que é bruto, mas não é nada do outro mundo. Na verdade diria que é um gigante bruto a ser lapidado. Apesar de que no capítulo de Largados e Pelados, em que o local é o Jalapão, os participantes desistiram!

Mas enfim, decidi ir para o Jalapão porque estaria vindo de um lugar frio, o Deserto do Atacama, e para dar uma temperada nas férias, nada como um lugar quentinho.

Lá é um destino que definitivamente jamais recomendaria ir sem contratar uma agência, e por vários motivos: é uma extensão territorial grande, pouca infraestrutura, estradas de terra e areia e sem iluminação ou sinalização, temperaturas bem altas... ir por conta só para quem queira sofrer mesmo e ainda arriscando detestar o passeio.

Dito isto, fui procurar uma agência. A Elisabete enviou uma planilha com várias e eu ainda achei outras pela internet. Devo ter entrado em contato com umas treze, até perceber ser quase impossível conseguir um passeio para a data que eu tinha, a semana de 13 a 19 de maio.

Aguardando o pôr do sol
Basicamente os passeios são oferecidos em pacotes de quatro, cinco e seis dias, com saídas de Palmas às quartas-feiras, sábados e domingos. Sendo ainda recomendado que quem venha de longe chegue um dia antes do passeio, já que se iniciam bem cedo.

Depois fui saber que muitas das agências não oferecem uma estrutura tão boa quanto a que contratei. Dei muita sorte, pois mais uma vez, não contratei por indicação ou avaliações, mas pela disponibilidade da data. Contratei a Jalapão 100 Limites que tinha uma saída no dia 14 de maio, segunda-feira, passeio de quatro dias. E pelo que entendi o passeio foi criado por haver um grupo grande de pessoas, mas que acabaram desistindo poucos dias antes. Resultado: consegui a data que queria e com um tour praticamente particular!!! Eita sorte!!!

Fechei o passeio de quatro dias e três noites, com tudo incluso: carro 4 x 4, guia/motorista, pousadas com ar-condicionado, refeições, petiscos e água durante as várias horas de estrada e entradas nos parques e fervedouros.

Estive nas dunas

Chegaria no final da tarde e queria um hostel, já que era apenas para pouso de uma noite. Ao que me parece, existem apenas dois hostels em toda a cidade de Palmas (a cidade e região é muito pouco explorada no quesito turismo), optei pelo Aconchego.

Pronto... vamos ver se esse Jalapão é bruto mesmo.

Uma noite em Palmas


Eu, Ariela e Romário, enquanto aguardava a agência para o meu passeio


Um dia antes de chegar em Palmas, entrei em contato com o Hostel Aconchego para saber como ir do aeroporto. Aproveitei para perguntar se havia outros hóspedes e se poderia me juntar à eles para fazer algo naquela noite, como jantar ou andar pela cidade. É, eu sei que sou meio cara de pau.

Cheguei ao aeroporto de Palmas não era 17h. Estava cedo e sempre que acho viável, em uma cidade que não conheço, gosto de pegar o transporte público para "sentir" a cidade, as pessoas. Acho que só entende isso quem observa os passageiros de um ônibus, as histórias que se ouve ou como se comportam. Nem cheguei a pesquisar quanto sairia um táxi ou Uber, simplesmente queria ir de ônibus. Pegaria um ônibus para a Estação Apinajé onde teria três opções.

O aeroporto de Palmas é bem pequeno, bonitinho, arrumadinho, mas pequeno, logo que sai avistei um ônibus e subi perguntando sobre a tal estação Apinajé, foi então que descobri que na verdade deveria pegar três ônibus e em cada um desembolsaria R$ 3,50 (achei caro por não ter uma integração, a única coisa que reduz este valor é se a pessoa comprar um bilhete específico que, claro, eu não sabia).

O ônibus praticamente só te tira do aeroporto, em um trajeto curto. Desci em uma praça, atravessei a rua e logo peguei um tal de Eixão que me levaria para a estação Apinajé. Juro, perguntei para o motorista ao entrar e para três passageiros, em momentos distintos, todos falavam que estava longe, uma até disse que desceria na estação e que avisaria. Adivinha? Ninguém falou nada, e quando desconfiei que nunca chegava, a quarta pessoa para quem perguntei, disse que já havia passado.

Fiquei revoltada pois jâ estava escurecendo! Mas resolvi que aquilo não influenciaria meu humor. Desci e chamei um Uber. Pronto, dez minutos depois e com pagamento menor do que R$ 10, resolvido o assunto.

No hostel fui recepcionada pela Ariela, uma moça de 20 e poucos anos com dreadlocks. Logo fui informada que havia dois hóspedes que estavam dispostos a sair comigo - rs - tá vendo, dá certo ter cara de pau!

Romário, de Atibaia (SP), estava em Palmas a quase uma semana. Achou passagens aéreas baratas e foi, acabou gostando de andar pela cidade. Maisa, de São Paulo, tinha acabado de chegar do passeio pelo Jalapão e ficaria mais dois dias. Tomei um banho e fomos para a feira do Bosque.

Foi a melhor coisa que fiz para o pouquíssimo tempo que tinha. A feira do Bosque fica no Plano Diretor Sul e não faço ideia se isso é uma região central ou de fácil acesso no geral... nada, só sei que de onde estava hospedada foi rápido. A feira tem várias barracas de comidas típicas regionais (de outras regiões inclusive) e artesanato local. Sim, com capim dourado, a matéria prima da região e que eu tanto queria trazer uma lembrança para a minha casa.

Comprei vários brincos, souvenires para a minha família e um relógio de parede. A-M-E-I. Além do mais, descobri na prática que na feira do Bosque, esses artesanatos são mais baratos do que os vendidos na região do Jalapão. Realmente fiquei sem entender, afinal, não vem de lá?

Acho que ficamos uma hora e meia por lá, pegamos um Uber para a vokta. No dia seguinte, meu passeio começaria cedo.

Jalapão, aí vou eu!

No dia seguinte acordei cedo, tomei um banho, fechei a mochila e fui para o café da manhã. Comecei a conversar com Ariela, a dona do hostel, Achei interessante uma moça tão jovem lidando com a casa. Ela explicou que o imóvel é dos pais e até o ano passado funcionava como pensionato. A ideia de hostel partiu dela, da época em que foi fazer faculdade em outro Estado e quando tinha folga passeava nos finais de semana se hospedando em hostels pelo Nordeste. Ela gostou das experiências e falou aos pais que "compraram" a ideia. Desde então ela toca o negócio.

Enfim... logo apareceu um moço em frente à casa, Casé, o guia que me levaria ao passeio de quatro dias e três noites pelo Jalapão. Passamos em outro hotel e entrou o Thiago, de São Paulo, estava formada a equipe. Em outras palavras, apenas nos dois de turistas... teríamos um tour praticamente exclusivo!!!


Cachoeiras Escorrega Macaco e Roncadeira e pôr do sol na Pedra Furada

Adicionar legenda


Meu pôr do sol rumo ao Jalapão


Ainda estava papeando com a Ariela quando apareceu um moço em frente à casa. Era Casé, o guia que me levaria ao passeio de quatro dias e três noites pelo Jalapão. Passamos em outro hotel e entrou o Thiago, de São Paulo, estava formada a equipe. Em outras palavras, apenas nos dois de turistas... teríamos um tour praticamente exclusivo!!!

A primeira parada foi em Taquaruçu, distrito vizinho a Palmas, que segundo os moradores é o paraíso da região, por contar com mais de 80 cachoeiras e trilhas a serem exploradas. Ali, visitamos duas cachoeiras, a Escorrega Macaco e a Roncadeira. Elas ficam em uma Área de Proteção Ambiental (APA) e dentro de uma propriedade privada, o que significa que é cobrada uma taxa para usufruir do local.

No quiosque onde é cobrada a entrada, fazemos o registro, tem um banheiro para o caso de troca de roupa de banho, bebidas e algum artesanato em capim dourado para quem quiser comprar. Andamos por uma trilha de 1500 metros bem sinalizada, então, se alguém quiser ir por conta, não tem perigo de se perder.

Escorrega Macaco

Cachoeira Escorrega Macaco
Achei linda a cachoeira! Os registros dizem que ela tem 50 metros de altura e que o nome se deve à vegetação de cipós onde os macacos seguram para, no caso, "escorregarem". Se eu fosse avaliar, diria que é uma cachoeira de tamanho médio, volume de água muito bom para a época do ano e com poços rasos, tudo em perfeita ordem para uma pessoa que tem medo de água como eu.

Ficamos mais tempo do que o normal se o passeio tivesse mais pessoas ou outras agências para disputar espaço. Não, não tinha quase ninguém em qualquer lugar que fossemos, sendo que em muitos deles, não havia ninguém mesmo. Comecei a desconfiar, e ao longo dos dias só me convenci, que fui na melhor época do ano para visitar o Jalapão: maio, onde é para ter água tinha em quantidade boa, ainda não chegara a temporada das queimadas tão comuns na região e poucos turistas, assim poderia aproveitar cada atração turística sem estresse.



Roncadeira

A poucos metros da Escorrega Macaco está a Roncadeira, cachoeira com 70 metros e base mais extensa, que começa bem rasinha e vai enchendo até dar para arriscar umas braçadas em determinado ponto. Para chegar embaixo da queda, tem um pequeno trecho que não dá pé, mas não chega a ser realmente funda.

Quando chegamos havia uma corda pendurada lá do topo. Ou seja, é local para a prática do rapel, mas devido à minha última experiência com a atividade, resolvi não fazer (faz mais ou menos um ano, fiquei presa pela canela, de ponta cabeça, na Cachoeira do Chá, em Botucatu-SP, a marca da corda em que fiquei presa está na minha perna até hoje).

Na Roncadeira, resisti ao rapel


Saindo das cachoeiras fomos almoçar. Um artesão fantasiado de duende pegou o Thiago para tentar convencê-lo de que tais seres existem ou qualquer coisa assim para vender seus duendes. Eu realmente admiro muito a paciência que pessoas educadas, como o Thiago, tem... eu não tenho paciência nem para atendente de telemarketing. Mas voltando ao almoço... foi bem servido e comecei minha jornada do suco de cajá: por onde passei, me entupi de suco de cajá. Amo.

Após o almoço pegamos estrada, início de longas horas dentro do carro, sendo a maioria por estradas de terra e areia, muita areia, exigindo da habilidade do condutor do carro. Chegamos à pousada,no município de Ponte Alta, nos instalamos e descansamos até dar o horário para a próxima atração.

Pedra Furada

Sem dúvida o pôr do sol mais esperado de todos os dias do passeio estaria ali na Pedra Furada. E confesso que durante o dia questionei-me sobre a sorte em vê-lo. todas as vezes que olhava para o céu sempre via muitas nuvens. A parte mais "tensa" da viagem.

Portal de um lado...

... ponto estratégico para observar o pôr do sol, do outro


Ao chegar, deixamos o carro na entrada e pegamos uma pequena trilha até o pé de um morro. Foi então que entendi que Pedra Furada é o nome que dão à um morro com dois acessos para subir, um para o portal e o outro onde há dois "furos", em ambos dá para tirar fotos incríveis com a luz do final da tarde e ponto perfeito para admirar o pôr do sol. Dali também avistamos dois outros morros, o do Chapéu e do Perdido.

Acho que dos quatro dias, e de todos os pontos que visitamos, este foi o com maior número de turistas, algo entre 20 ou 30 pessoas que se agruparam na ponta do rochedo e fizeram silêncio para acompanhar a descida do astro rei, até o horizonte ir ficando avermelhado. Eu e o Thiago chegamos a brincar com as formas das nuvens, o cenário do Senhor dos Anéis, depois o dragão, a bruxa, até finalmente tudo se perder.

E cansei de fotos certinhas


Fomos para a pousada, tomamos banho, jantamos (mais suco de cajá) e fomos para nossos quartos com ar-condicionado, nem acreditei.