sábado, 13 de dezembro de 2014

E o Canal do Panamá chegou ao seu centenário

Eis o grande símbolo aguardando...

... a passagem de mais uma embarcação...


... que é saudada e aplaudida

Ok, ok, estive lá no primeiro semestre e só agora, às vésperas de terminar 2014 que escrevo, mas antes tarde do que nunca vou fazer minha homenagem ao centenário Canal do Panamá!

Confesso que o Canal do Panamá nunca esteve na minha lista de lugares que quero conhecer pelo mundo, mas, já que estava pelo caminho, não iria perder a oportunidade e lá fui eu.

E foi uma grata surpresa saber que em 2014 este ponto importantíssimo para o comércio mundial completou 100 anos. Lembro-me que estudei quando estava no ensino fundamental sobre o assunto, mas nada como estar lá.

Este painel incrível fica no
 saguão de entrada para o cinema
A van do tour contratado deixa os turistas em frente bilheteria. Bem, ali se vão US$ 15 pela entrada, que achei justo. Na verdade, trata-se de um prédio de três pisos. No térreo fica a sala de cinema, onde primeiro fui assistir ao filme em 3D, de uns 15 minutos que tem a opção de inglês ou espanhol, e explica a história do canal, desde sua construção até a reforma para o centenário, falando da importância comercial do canal que liga o Oceano Atlântico ao Pacífico levando mercadorias de toda ordem.




Uma pequena amostra de rotas
Depois os turistas saem e dão de cara com a lojinha de souvenires (eu sei que isso é inevitável em qualquer ponto turístico minimamente organizado, mas não consigo me acostumar, fico irritada), enfim, passei pela loja e logo os turistas são direcionados a entrar no museu. É uma mistura de ambientes mostrando a história do local, dos habitantes, as peças antigas, a evolução, como qualquer outro museu mostraria. Para mim, os destaques foram a cabine de comando e para o espaço reservado às espécies nativas (flora e fauna).

O gran finale fica para a observação da passagem dos navios pelo canal. Parece algo meio idiota, nós todos ali olhando por por alguns minutos os cargueiros se aproximando, o alarme anunciando, a tribulação dando tchauzinho e beijos para nós, que retribuímos e tiramos fotos - rs. Mas é gostoso.


Luiza e o esposo, meus companheiros de visita - preciso achar o e-mail deles


É uma mistura de emoções que sinto nesse tipo de situação, é como por alguns segundos estivesse vivenciando um pedacinho da história, é como se minha alma se transportasse há anos e anos e estivesse abrindo um livro e ao invés de ver uma foto, visse um filminho dos navios, ao invés de ler palavras, ouvisse os sotaques espanhóis explicando do que se tratava aquela coisa toda tão grandiosa. Pode parecer piegas, mas sempre me emociono com coisas históricas, foi assim quando vi, pela primeira vez, aos 26 anos, o famoso quadro da independência, do Pedro Américo, no Museu Paulista ou das cartas enviadas pela população, com sugestões para a "nova" constituição de 1988, no Palácio do Catete, ou quando vi o esqueleto de um dinossauro (de verdade) no Museu de História Natural de Nova Iorque.

De fato, viajar e poder estar nesse lugares, para mim é a maior recompensa.

Faz pouco tempo, estava em Sorocaba, conversando com minha priminha Laís e o assunto chegou ao Canal do Panamá de alguma forma. De repente vi os olhos dela brilharem e me disse: "vocês esteve lá, de verdade, neste ano?", "Sim" respondi, ao que ela informou "acabei de fazer um trabalho sobre o centenário dele", e saiu correndo para pegar o livro de geografia para explorarmos mais o assunto.

Parabéns Canal do Panamá e obrigada pela oportunidade de me sentir feliz em te visitar :-)



terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Conexão na Cidade do Panamá

Parte da Cinta Costeira
Sei que ando relapsa com este blog, quase nunca escrevo (mesmo quando tenho algo muito legal para comentar), mas acho que é fase mesmo, enfim... Neste ano, quando fui passar minha temporada na Califórnia, tive oito horas entre um voo e outro e, sem alternativas, tive que dar o meu rolezinho pela Cidade do Panamá, capital do Panamá, onde fiz a conexão.

Na verdade eu só me atentei ao fato de que ficaria tanto tempo parada no aeroporto dois dias antes de embarcar, quando também descobri que os horários para pegar o trem em Los Angeles para San Diego não eram nada favoráveis. Então, sem computador em casa e morrendo de preguiça de pesquisar qualquer coisa que seja pelo smartphone, resolvi tentar pegar algumas coisas no trabalho.... rs... coitadinha de mim, doce ilusão achar que teria tempo para fazer isso. Muito mal consegui achar alguns textos e imprimi-los. Deu meu horário, sai correndo, passei em casa e peguei as malas rumo ao aeroporto. Fui na fé de que me viraria por lá mesmo.

Ainda no aeroporto em Guarulhos, e aguardando meu voo, comecei a ler os textos e fiquei meio decepcionada com os preços anunciados por quem já passou pela conexão demorada.  Muitos dos comentários que vi falavam sobre contratar guias "particulares" com seus carros, era só agendar, eu não tinha tempo para isso. Viajante que sou, fui com meu espírito e lábia afinados para uma pechincha.

Um dos principais aeroportos da América Central

Enfim cheguei no Aeroporto Internacional Tocumen pronta para ir para a rua! Sim, já que das outras vezes que passei por ali mal deu tempo para perambular pelas dependências de um dos mais importantes aeroportos da América Central. E sim, a Copa Airlines, companhia aérea panamenha domina o aeroporto com voos que se distribuem para muitos países,

Passei tranquilamente pela imigração (Oba! Mais um carimbinho no passaporte!) e logo descendo a escada vi um quiosque de informações turísticas. Cheguei e fui bem direta: "Tenho 5 horas para fazer um passeio. Quero conhecer o Canal do Panamá. Qual é a minha melhor opção?" O atendente olhou para o relógio e apontou para uma direção: "Fale com aquela moça, talvez ela tenha um passeio para você."

E tinha. Um passeio de cinco horas, incluindo ida e volta ao aeroporto, visita ao Canal, mirante e o shopping Metromall. O tour por US$ 30, mais a entrada no Canal no valor de US$ 15. Conversei e acertei com a guia (não consigo recordar o nome) e juntei-me a um casal, Luiza (mexicana) e seu esposo (holandês, que também não lembro do nome) e estavam ali em conexão rumo à Galápagos.

Logo de cara simpatizei-me com Luiza, pois estava vestida com roupas bem confortáveis e no estilo mochileira e sapatos de trilha, na hora em que a guia nos falou do passeio pelo shopping ela fez uma cara de que não estava muito a fim e perguntou se não poderíamos pular o shopping. Pular não poderíamos, mas encurtamos o passeio que na verdade nos serviu para comer alguma coisinha e aproveitarmos mais o Canal.

A primeira parada foi no shopping Metromall mesmo, que só nos serviu para fazer uma refeição e para que o casal trocasse alguns dólares. Achei engraçado, era sábado, e ao que me parece era um banco mesmo, não apenas uma casa de câmbio, e a fila estava imensa para entrar. Pensei: "que chato, banco trabalhando aos sábados por aqui", mas confesso que não fui checar se realmente era um banco e se por lá abrem aos sábados.

Logo em seguida seguimos para o Canal por uma extensa avenida que nos levou até a famosa avenida Balboa, com prédios cuja arquitetura variava ora pelo arrojado, ora pelo tradicional em meio a alguns casarões mais antigos, tal qual a frota de veículos, muitos modernos se misturando aos antigos e velhos. Depois pegamos a Cinta Costera, no estilo de prédios modernos. O fato é que gostei bastante do que vi, com um calçadão imenso dando espaço para quem quisesse, caminhar, andar de bicicleta ou patins ou simplesmente sentar e observar o mar, enquanto do outro lado - atravessando com olhar um trânsito intenso e muito similar ao caótico - um movimento normal de um centro comercial e financeiro.
Ao longo da Balboa e Cinta Costeira muitos monumentos

Olhando até parece que o trânsito normal
Fizemos uma parada em um mirante e finalmente chegamos ao Canal do Panamá (próximo post). O retorno ao aeroporto foi tranquilo. O casal foi jantar e como meu voo estava prestes a sair fui direto para a sala de embarque, não sem antes passar em uma lojinha de souvenires e comprar meu ímã de geladeira. Fui para a sala de embarque e meu único comentário negativo sobre o aeroporto é: "deuses, o preço cobrado por uma garrafinha de água é um assalto!!!! US$ 3,15. Isso mesmo US$ 3,15 por uma garrafinha de água". Achei extorsivo, mas comprei, estava morrendo de sede
Esta foto é mais para mostrar que sim, estive lá - rs




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segunda-feira, 6 de outubro de 2014

E agora Brasil?



Ontem pela primeira vez na vida fiquei feliz em justificar meus votos. Estava em outra cidade e fui alegremente à escola mais próxima para fazê-lo, afinal, com as opções que tinha para votar, credo, era a melhor coisa a se fazer, com exceção do meu voto para deputado federal, que, tranquilamente, consegui angariar três votos para a minha candidata! Coisa que não conseguiria se estivesse em minha cidade.

Tudo estaria perfeito se hoje eu não acordasse com a sensação avestruz, sim, aquela sensação de quem colocou a cabeça no buraco e pronto, todos os problemas estão solucionados. Para completar a sensação, como faço todas as manhãs, tomei meu café vendo telejornais e dando uma espiada no que estava rolando pela internet. Eu via resultados e entrevistas dos já eleitos, comentaristas políticos opinando e os meros mortais dos Facebook, Instagram e Twitter quase se mantando em ofenças, sendo a mais comum "povo burro", e fiquei pensando: "É isso mesmo? Estamos perdidos? Não há mais solução para nós?" A impressão que ficou foi que todos os eleitores que conheço apenas votaram "no menos pior".

Não acho que as pessoas estão erradas em expressar o que sentem, das indignações sobre muitos dos eleitos, só não gostaria de ver tanta discórdia entre pessoas que julgo ter discernimento suficiente para que não sejam ignorantes. Eu também acho que a maioria das coisas neste País (que amo muito) está errada, corrupção explícita em todos os níveis, inclusive no nosso nível de plebe, quando sonegamos R$ 1 de imposto que seja, quando furamos fila, quando jogamos um papel no chão, quando fazemos gatonet, quando recebemos seguro-desemprego estando já empregado mas pedindo para que o patrão não registre tão logo, quando achamos que no trânsito nossa urgência está acima das leis e principalmente da segurança de todos. É meu amigo, todos somos ou fomos corruptos em alguma instância.

Fico muito decepcionada com tudo isso, mas, nada como um dito popular para essas horas: "A única coisa que não tem jeito é a morte". E é mesmo. Ao mesmo tempo me decepciono com o nível dos debates (não os que vimos no horário político) e com a cara de pau dos corruptos (não dos famosos), mas das pessoas que conheço e admiro como amigas ou colegas eu fico pensando que até poucos anos atrás isso seria impossível e, acredite, a sociedade era muito mais alienada do que é hoje.

Há alguns anos, quando eu fazia algum tipo de comentário político (e eu nem sou tão politizada assim), só ouvia coisas do tipo: "Que coisa mais chata politica, não entendo nada, não quero saber". Mas no fundo as pessoas sabem o que está errado porque reclamam, mas, mesmo para reclamar é preciso ter propriedade. Se votei e não tive educação, saúde, segurança e tudo mais decentemente em troca, só terei o direito te reclamar, se votei, porque o voto existe para isso, para eleger nossos representantes, mesmo que não tenha sido ele o meu escolhido, foi escolhido pela maioria.

Então me vem aquele raciocínio lógico: se isso não é a morte, sim tem solução! Por que ao invés de apenas maldizer os candidatos e reclamar da situação do País e apenas observar mandatos apáticos e corruptos não passamos a fiscalizar de verdade? Sim, eles são nossos funcionários, nos devem satisfações! Por que não passamos a ser mais participativos politicamente? Sim, porque apenas reclamar ao vizinho não muda nada. Por que não gravamos na nossa agenda do e-mail os e-mails dos nossos vereadores, deputados e senadores para entupir suas caixas com nossas sugestões e reclamações? Por que não procuramos ao longo de anos (dois ou quatro) acompanhar o desempenho deles, esperando apenas que algum portal transparência faça isso para nós?

Talvez eu seja otimista demais, mas eu ainda acredito que a população, daqui para frente, possa ter um pouco mais de educação política para melhorar nossa situação. Demorar, acho que vai demorar, mas tudo precisa de um começo.