segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Hoje eu vi a miséria (30 de janeiro)

Dormi pouquíssimo de ontem para hoje, acho que nem quarto horas para não perder o trem para a Agra, que partiu da esatção quase 7h30 da manhã, para uma viagem de três horas.

No Brasil eu sempre soube o que é pobreza. Já vi e convivi de muito perto com a pobreza extrema, mas, hoje, eu vi a miséria, e é algo chocante.

Não tenho palavras para explicar o que senti, mas o que vi foram pessoas vivendo como se fossem animais. E o que mais me choca é saber que elas acham isso natural e nem têm uma expectativa de vida melhor porque seus pais e avós viveram assim, elas vivem assim e a probabilidade que seus filhos e netos continuem vivendo assim e tão grande que fica dificil ter outro tipo de visão.

Eu não tive a menor vontade de registrar em fotos o que vi, pois o que ficou na minha memória eu sei que nunca vou esquecer. Durante a viagem de trem que fiz, entre os estrangeiros - maioria vinda da Europa -, que estavam comigo na primeira classe pude observar pela janela as pessoas aguachadas nos trilhos do trem, fazendo suas necessidades e sempre acompanhadas de suas garrafinhas de água. Vi crianças brincando ao lado dos cachorros nos lixões, que não são locais reservados, eles acompanham quase todo o caminho do trem. Vi pessoas tomando banho em torno de uma torneira que soltava um filete de água.

São essas mesmas pessoas que nos abordam pelas ruas, estendendo suas mãos por uma ruppia que seja, por um pedaço de pão. É tão constrangedor. Eu não sei lidar natualmente com isso.

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