domingo, 27 de maio de 2018

Deserto do Atacama: Bolívia e Chile

Férias - parte 1

Lugares paradísiacos que me surpreenderam. Acho que isso pode resumir minha experiência pelo Deserto do Atacama, neste início de maio.

A escolha do destino de férias foi de última hora, mas sem dificuldades para definí-lo, apesar de o mundo ser tão grande e a verba normalmente apertada. Enfim, resolvi pesquisar relatos de pessoas que estiveram recentemente em alguns lugares. De longe, no www.mochileiros.com foi onde, além de conseguir mais informações sobre minhas opções e ajudando a decidir-me pelo destino, ainda proporcionou conhecer três maravilhosas companheiras de viagem: Luciana, a carioca, Juliana (Daenerys do Atacama) e Camila, as amigas do Recife/PE.

Pois bem, lá estava eu lendo os relatos quando vi um tópico de pessoas que procuravam companhias para viajar e, tanto a Luciana quanto a Juliana, iriam para Santiago e San Pedro do Atacama (SPA), no início de maio. Imediatamente entrei em contato e logo estava em um grupo de whats app para planejarmos melhor a viagem.

A parte de conhecer Santiago eu passei, porque já tinha me comprometido a iniciar minhas férias viajando para São Paulo, para partipar da festa de aniversârio dos 70 anos da minha madrinha.

Definido destino e companhia fui para a compra das passagens aéreas. Fiz as pesquisas normais, pelos sites das companhias aéreas e aplicativos e, por sugestão da Luciana, acabei optando pelo 123Milhas, empresa que compra milhas de quem não irá usá-las para resgatar bilhetes aéreos e vendê-los com preços melhores para quem for comprar. Os preços não são tão mais baixos, mas é uma excelente opção para quem quer comprar apenas um trecho (somente ida ou somente volta).

Mas como viagem sem uma confusãozinha não é viagem boa, eu mesma provoquei a situação, claro, sem querer. Logo após a compra das passagens, lembrei que tinha pontos da Multiplus suficientes para resgatar bilhetes!! Dã!? Rs. Imediatamente encaminhei um e-mail para a 123Milhas solicitando o cancelamento da minha compra, que já havia sido aprovada pelo meu cartão de crédito.

O e-mail foi respondido prontamente com a informação de que ok, poderia ser cancelado por estar dentro das regras, para eu aguardar a confirmação. Fiquei tranquila e feliz, afinal, iria economizae uma grana!

A encrenca toda foi que passou um dia, dois e nada da confirmação. Comecei a ficar receosa, mandei outros e-mails questionando a situação e ainda liguei várias vezes, mas nunca conseguia ser atendida. Até mesmo no Facebook entrei para saber o que deveria fazer e... nada.

Sem a confirnação, não tinha ideia de como proceder. Desencanar e já resgatar outras... só que tem um porém, quando você resgata uma passagem por milhas, está lá nas regras, não existe a possibilidade de troca ou cancelamento, qualquer mudança que o usuário queira fazer, não dá, e pode perder o bilhete.

Tentei de tudo. Liguei na 123Milhas várias vezes sem sucesso. Depois descobri que a falta de cominicação foi porque eles tiveram problemas. Liguei na Latam e constavam dois números de reserva para a mim. Enfim, uma confusão!

Após quatro dias de tensão veio a confirmação do cancelamento e finalmente pude emitir novos bilhetes. A única mudança é que tive que adiar um dia a ida e a volta.

Chegada em San Pedro de Atacama, vulgo SPA





Adoraria falar que foi uma chegada triunfal, mas de glamourosa não teve nada. A Latam fez o favor de modificar meu voo e cheguei mais tarde do que o previsto. No hostel mesmo, quase meia noite.

Quando fui reservar o hostel, achei que chegaria tarde da noite, então contratei transfer pelo site da Transvip, ida e volta tem desconto de 10%, sendo que o preço normal, do aeroporto de Calama para SPA é de 12.000 pesos chilenos) e tive o cuidado de escolher um hostel que fizesse o check in 24h, pois nem todos o fazem.

Encontrei o Laskar pelo Booking. Simples de tudo. A primeira questão a ser resolvida foi pagar. A diária era 12.000 pesos chilenos e eu só tinha 10.000 que havia comprado antes de viajar apenas para "fazer conversões", para ter ideia de quanto gastaria. O hostel não aceita pagamento em dólares, devido ao horário e não ter muito o que fazer, o recepcionista pegou os 10.000 chilenos e a diferença em dólares. Tomei um banho de gato no único banheiro que vi no hostel e já era quase meia noite, superficialmente olhei o quarto onde passei por volta de cinco horas. "Passei" porque dormir mesmo não foi possível, estava megapreocupada com a hora, deveria estar 6h no hostel onde as meninas estavam hospedadas, e a agência passaria lá para nos pegar para o passeio de Salar de Uyuni, na Bolívia.

Às 6h em ponto lá fui eu com a cara e a coragem, em busca do bendito ponto de encontro. O centro de SPA é minúsculo, e mesmo que você queira se perder na Caracoles (a rua principal) ou nas duas paralelas é quase impossível isso acontecer. Mas eu estava bem cansada, não havia dormido direito e ainda estava comendo poeira numa rua sem iluminação. Para dificultar todas as casas têm a mesma fachada, mal dá para perceber onde acaba o muro  de uma ou inicia o de outra. Muitos cachorros barulhentos que naquela situação pareciam verdadeiros lobos!

Uns 20 minutos caminhando cheguei ao Hostel Corvachi. Havia um casal na porta, começamos a conversar e eles passaram a senha do wi fi do hostel e imediatamente conectei para chamar as meninas!!!

A Luciana apareceu, nos apresentamos e definitivamente ela pareceu-me mais preocupada do que eu (e olha que eu estava tensa até chegar ali) quanto à questão de eu ter que conseguir pesos bolivianos para as entradas nos parques da Bolívia. Eu havia passado em frente à uma sala de caixas eletrônicos, próximo à prefeitura. A Lu, prontamente se ofereceu para acompanhar-me até os caixas na tentativa de conseguir tal dinheiro.

E nada. Não tinha o que fazer, a não ser embarcar na esperança de conseguir cambiar os dinheiros na própria fronteira. Voltando para o hostel, Juliana veio ao nosso encontro e nos apresentamos. Logo em seguida foi a vez da Camila.

O ônibus chegou, Ju entrou dando bom dia ao casal que ali estava e apesar do frio, muito empolgadas, entramos tagarelando em pleno 6h30. Estava formada a trupe!

Reconhecer grupo e atravessar a fronteira Chile-Bolívia

Primeira foto oficial do Deserto do Atacama
O passeio comprado foi o da travessia de Salar de Uyuni, quatro dias e três noites, partindo do Chile e indo para a Bolívia. A agência foi a Cordillera Travel, as meninas a escolheram por recomendações de relatos de outros viajantes e por avaliações no TripAdvisor. Certamente não foi a mais barata (US$ 220,00, sendo US$55,00 adiantados), mas a ideia era fazer o passeio mais seguro sem muitos percalços, como carro quebrar e não disponibilizarem outro imediatamente, guias grossos de mal com vida etc. Acho que foi tudo bem.
Prestes a passar pela fronteira
Devo ser bem honesta: eu não sabia o que me esperava - rs. Só ouvia falar em deserto do Atacama, mas nunca pesquisei nada. Quando decidi o destino, li algumas informações mas ainda não tinha muita noção de como seria o passeio. Achava que a maior preocupação seria com a altitude, mas três anos antes tinha passado pelo Peru e foi tão tranquilo que achei que tudo estava resolvido. O Salar de Uyuni mesmo, fiquei empolgada porque as meninas já tinham colocado como a joia da coroa, mas nem pensava nisso. Claro que se eu não as encontrasse, muito provavelmente teria contratado por lá, mas certamente sem tantos cuidados e informações prévias.

Fomos em um microônibus e ao passar pela fronteira, um ponto a 4400 metros de altitude segundo o roteiro, há um ponto de encontro para o desayuno (café da manhã), onde os grupos de todas as agências se encontram, indo ou vindo. Uma bagunça organizada! Ali, Ju foi presenteada por um saquinho de coca e outro de chachacoma.

Nosso grupo era com dois carros de seis turistas. O nosso: eu, Lu, Ju, Mila, Carla e Felipe  (o casal de cariocas que já estavam no ônibus), nosso guia Rober. No outro carro: um casal de alemães, três senhoras australianas bem animadas e uma canadense avulsa.

Atrás de mim Ju, Mila escondida e Luciana.
Carla e Felipe ainda estavam tímidos
Passada a fronteira, feita a confraternização no desayuno, finalmente entramos na Reserva Nacional de Fauna Andina Eduardo Avaroa, onde pegamos o ingresso que várias vezes durante o passeio apresentaríamos.

Lagunas Branca e Verde, termas, geysers e flamingos


Menos 10ºC???

Puro gelo na primeira laguna
Após o desayuno, pegamos a estrada - o início de longas horas dentro do carro que comia poeira. O frio estava bravo para nós brasileiros (creio que abaixo de zero - difícil precisar sem um termômetro), mas segundo o meu grupo, por eu ser de Sampa, não sofri tanto quanto eles, por exemplo, ao invés de três ou quatro calças, limitei-me a duas!

Finalmente Carla animou-se a falar e o Felipe a concordar, um pouco tímido ainda, fazia algumas observações. De cara, o grupo se deu muito bem.

Cadê o frio?
Nossa primeira parada foi nas Lagunas Branca e Verde, aos pés do vulcão Licancabur. Imagem somente comparada à uma pintura, ali, ao vivo e a cores, e credito boa parte disso em função da cobertura de gelo, que torna a vista mais incrível. Perguntei ao guia quanto deveria estar a temperatura, ele respondeu algo entre -5ºC e -10ºC.... é uma margem grande? É. Mas é frio do mesmo jeito para quem não está acostumada, ainda mais quando batia um ventinho - rs.



Ficamos por ali tentando nos habituar ao frio (dentro do carro tinha o calor humano e ao sair era complicado a ambientação), tiramos algumas fotos. Na verdade, havia vários grupos de outras agências fazendo o mesmo passeio, então era bastante gente.

Legal, mas o cheiro não ajuda a ficar contemplando
A segunda parada foi nas termas. Gente, foi surreal, naquele frio, eu e mais um bando de loucos de biquíni ou sunga se enfiando naquele tanque de água quentinha. E paga para entrar, acho que dois pesos bolivianos. Somente Ju e eu nos animamos... valeu muito à pena, pois eu adorei, mesmo sendo tão difícil na hora de sair - brrruuuu!!!

Outra parada foi nos Geysers Sol de la Manana. É bem interessante ver a erupção daqueles "vulcõeszinhos", o que não facilita é o cheiro de enxofre (argh). Realmente não me lembro de ter visto um geyser antes, apenas pela televisão.

O último passeio do dia foi na Laguna Colorada com os flamingos lindos!!! A lagoa é imensa e confesso que não tive muito ânimo para percorrer todo o perímetro - rs. Fiquei por ali, observando aquelas criaturinhas que aparentam ser tão frágeis de perninhas longas e tão finas. kkkk frágeis nada, para aguentar aquela friagem toda tem que ser é muito forte, mas isso não as deixam menos delicadas e lindas para admirá-las.

O que dizer dessa paisagem?


Sou muito boa para tirar selfies com câmeras digitais tradicionais

Primeiro parecem desengonçados, mas de perto são graciosos



Primeira noite na Bolívia: quase morri a 4500 metros de altitude

Ok, pode ser um exagero dizer que quase morri... mas passei muito mal, com a altitude, o frio, duas noites seguidas mal dormidas e sacolejos de viagem, não deu outra, fiquei péssima, para dizer o mínimo.

Talvez eu tenha substimado um pouco da altitude, pois quando estive no Peru, não houve problemas. Acontece que não levei em consideração o descanso, coisa que desta vez passou longe. No Peru, tive oportunidade de chegar e descansar à tarde, à noite comer bem, enfim, um tempo de adaptação que hoje vejo fez toda a diferença.

Chegamos à pousada era no final da tarde, explicado no roteiro a uma altitude de 4500 metros. Rober nos apresentou o quarto para seis, e informou a hora do jantar. Como levei meu próprio saco de dormir fui preparando a cama, discutindo comigo mesma se valia a pena pagar 10 pesos bolivianos por 20 minutos de wi fi bem meia boca... se havia a esperança de um banho de gato... coisas do tipo passavam pela minha cabeça. Até aí estava tudo bem, tal qual tinha passado o dia, quando sentia um pouco a cabeça, mascava umas folhas de coca e ficava tudo bem durante um tempo.

E veio o jantar, tinha purê que amo - e eu tinha na cabeça que as batatas por ali deveriam ser "do outro mundo" como as do Peru. Não, não eram. Mesmo assim, estava com muita fome e o acompanhamento eram salsichas cozidas. Estava cansada e com fome, comi muito.

Fui para o quarto. Já havia decidido não tomar banho (muito frio e nem vi onde ficava o chuveiro), afinal, tinha lencinhos umedecidos para essas ocasiões. Pagar pelos tais minutinhos de wi fi também estava fora de cogitação. Enfim, pronta para deitar, mas na hora em que estava vestindo a meia calça, percebi que a única coisa que poderia fazer era sair correndo para o banheiro. Saí pelo corredor em disparada, a outra turma estava vindo ao meu encontro, esbarrando em um e outro consegui chegar até a porta do banheiro e, bem ali no meio, coloquei tudo para fora.

Um alívio indescritível, igual a vergonha pela qual fui tomada. Fiquei mega constrangida com a sujeira. Fui falar para as pessoas que cuidavam da hospedaria, me prontifiquei a ajudar a limpar, mas eles olharam para mim, fizeram cara feia e ignoraram o meu pedido. Até achei que não tinham entendido o que acontecera, mas na verdade eles entenderam muitíssimo bem, só se fizeram de desentendidos mesmo.

Em contrapartida, melhorei 100% até deitar e dormir. Acordei várias vezes durante a madrugada devido ao soroche (mal estar típico pelo qual passam turistas não acostumados com a altitude). Cada vez que acordava e tentava erguer um pouco a cabeça, parecia que eu estava levantando 30 quilos. Fui ao banheiro três vezes durante a noite. É, não dá para dizer que a noite foi boa. Contabilidade: três noites seguidas mal dormidas e a lição que ficou: "jamais menospreze o poder do soroche"

Arbol, viscatias e hotel de sal - tudo no segundo dia

Cartão postal mais valioso conosco

Um sítio de rochas

Depois de sobreviver a terceira noite mal dormida, eu ainda não tinha virado zumbi. Após o café da manhã, às 8h e tantas, lá estávamos os seis tagarelando dentro do carro a caminho do Deserto de Siloli.

Havia um lobo nos observando
Só na pose
Deserto de Siloli fica dentro da Reserva Nacional de Fauna Andina Eduardo, no qual entramos logo ao passar pela fronteira no primeiro dia e pagamos 150 bolivianos. O local parece mais um sítio de pedras dos mais diferentes formatos e tamanhos cuidadosamente esculpidas pelos ventos fortes da região (o que dá bastante margem à imaginação, do tipo, vamos observar nuvens). Uma das que mais chama a atenção, e por isso mesmo virou cartão postal/garota propaganda das agências que vendem esse passeio, é a Arbol de Piedra, em formato louco de árvore, deve ter por volta de uns cinco metros. Famosa, portanto natural que seja um pouco concorrido para tirar fotos.

Ali nossa trupe tirou a primeira foto "oficial".

Entre uma atração e outra (já não lembro a ordem), passamos por um vale onde o gelo derretia e paramos para ver as viscatias, que óbvio, passamos dias crendo que o nome era "biscatias" e ainda queríamos catequizar os guias que biscate, no Brasil, tem significado bem diferente do daqueles roedores fofos e simpáticos perambulantes do deserto. Coisa de brasileiro.
Para nós "biscátia"

Lagunas Altiplanicas, conhecidas como lagunas de colores Honda, Chiarkota y Cañapa. Coisa linda, sem palavras para definir (boa parte era do frio que mal deixava eu murmurar - rs).

Difícil é dizer qual laguna é a mais bonita
Nosso almoço foi com uma paisagem lindíssima vendo flamingos.

Após o almoço, novo destino: Salar de Chiguana. A parada foi bem ao lado da linha do trem, onde Rober disse que o trilho divide Chile e Bolívia.



Esquerda Bolívia, direita Chile

Acreditem as paredes são de sal
Nossa noite foi em uma hospedaria cujas paredes são de sal. Não tirei foto, mas encostei minha língua na parede para comprovar!!! O jantar foi bom, principalmente porque Rober teve a delicadeza de fritar um ovo, já que tanto falei que não como carne de frango, e o cardápio tinha muito frango com fritas. Sim, apesar das fritas que já seria suficiente para mim, ele fritou o ovo. Ponto para o Rober.

Naquela noite o banho foi muito bom (10 bolivianos) e quentinho, fomos divididos: Carla e Felipe ficaram em um quarto matrimonial, eu e as meninas em outro quarto. Como o jantar foi bem cedo, resolvemos brincar de "Quem sou eu?", aquela brincadeira que colocam os nomes na nossa testa. Fui Rihana, Fátima Bernardes e Marília Gabriela.

Após três rodadas, fomos dormir para no dia seguinte às 5h estarmos em pé. O raio é que, enquanto estávamos brincando chegou uma turma grande (40 pessoas), que estavam fazendo muito barulho, de verdade, foi bem complicado dormir.

Chorei ao ver o nascer do sol e ilha dos cactos

Nascer do sol espelhado

Lembra que não me informei sobre a viagem, o roteiro? Então... eu só ia! E naquele terceiro dia acordamos bem cedo, às 5h40 estávamos todos embarcados e pegando a estrada.

Quando paramos e descemos, confesso que ainda não tinha entendido direito, deveria estar dormindo ainda... Era um espelho d'água. No chão havia vários montinhos salientes de sal, que eram os rastros de carros que passaram provavelmente no dia anterior, e estavam derretendo, formando um cenário indescritível.
Sem palavras

Aqui dá para ver bem os montes de sal
Tenho certeza de que poucas pessoas no mundo tem acesso às imagens que vi e fiz parte naquela manhã. Por isso mesmo emocionei-me muito, não consegui conter as lágrimas. Momento único, daqueles que provavelmente não verei mais, mas agora está ali registrado no meu ser, por toda a minha vida.

Making off
Sim, é isso que me encanta em uma viagem, ver coisas que ainda não vi e capaz de levar-me à um estado de êxtase.

Em seguida fomos para a Isla Incahuasi, a ilha dos cactos gigantes. Gostei bastante do passeio, justo eu que nunca fui fã dessas plantas espinhosas, embora esteja bem familiarizada em vê-las (nos desertos dos Estados Unidos há bastante) achei bem interessante, pois sempre procurei distância dos cactos - rs.

Vista a perder de vista!!!
A volta pela ilha deve dar uns 40 minutos e vale muito à pena, tem mirantes incríveis. A altitude estava bem menos, uns 3.800 e eu bem mais habituada, então, não tive problema nenhum na subida. Aliás, depois da primeira noite no passeio, não tive mais problemas. Claro, de vez em quando pegava umas folhinhas de coca e estava tudo certo. Acho até que, do grupo, fui a maior consumidora das folhinhas.

E cactos para todos os cantos
Mas tour com agência tem horário para tudo, e essa hora foi muito bem vinda: café da manhã ao ar livre, ao pé do morrão de cactos e uma vista infinita de sal. Café bem servido, mesmo naquele frio, a bebida quentinha. Amei.

A próxima parada: a joia da coroa.

As duas turmas juntas



Salar de Uyuni: a joia da coroa

Foto fofa obrigatória

"A joia da coroa", "a azeitona da empada"... chamem do que quiser, mas a estrela do passeio está lá: 12 km de chão de sal, o deserto de sal, Salar de Uyuni, o local mais cobiçado por nós turistas ávidos por fotos inusitadas (ou nem tanto).

O caminho para o ponto onde fizemos a parada é bem interessante: sal, sal, sal, branco, branco, branco daqueles que mal podíamos tirar os óculos escuros devido ao clarão. Não sei quanto tempo levamos para chegar ao nosso local para tirar fotos, mas achei pouco tempo.

Pronta para participar de algum jogo de videogame!
Mas enfim, peguei meu ursinho californiano e a Luciana sacou da mochila outra ursinha e um mini godizila e com eles começamos nossas brincadeiras, mesmo que mal produzidas, demos muitas risadas.

Ao final, o carro dos gringos tinha acabado de sair e estávamos para entrar no carro, quando Rober, do nada, resolveu fazer um vídeo conosco. Primeiro ficamos sem entender, depois ficamos animados. Ele indicou onde deveríamos ficar e o que fazer, Felipe cuidou da produção musical, e em segundos Rober jogou-se no chão e deu ordem para começarmos.

Encontre bandeiras dos times
A próxima parada foi em um local das bandeiras. Qualquer um pode chegar e fincar um mastro com a bandeira que quiser, ou seja, vi muitas bandeiras de times de futebol infiltradas em meio as de países do mundo todo.

Por fim passamos por uma feirinha incumbidos de gastar os pesos bolivianos que nos restava. Mais uma vez achei pouco tempo, principalmente para compras. A minha verba era curtíssima porque não tive chance de cambiar direito. Com poucos minutos fiz milagre para comprar duas tocas, chaveiros e um ímã.
Adios Salar

Parada seguinte foi no Cemitério de Trens. Foi onde menos achei graça (a não ser com o incidente ocorrido com a Mila, mas em respeito à ela, não irei comentar. Mas que Rober só deixou ela entrar no carro porque era a musa inspiradora dele no tour, ah foi). Desci do carro para tirar fotos e registrar: ali estive.

Em seguida fomos para o almoço, na cidade de Uyuni mesmo. O prato era uma espécie de lomo saltado que não chegou aos pés dos que comi no Peru, mas a fome era intensa e tinha uma quinoa pra reforçar, então, ok. Depois do almoço, zanzamos ainda aos arredores da agência enquanto aguardávamos o próximo carro e guia que nos pegaria. Sim, nos despedimos do queridíssimo Rober para embarcar com Hilário.

Pelos comentários que as meninas leram sobre os guias bolivianos, creio que demos muita sorte, de verdade, pois Rober foi bem simpático, foi bem solicito em tudo o que precisamos. Hilário não foi diferente, embora tenha ficado apenas uma noite e tenha nos levado até a fronteira, foi gentil.
Foto apenas para registar a passagem

Tráfico de "drogas" e "câmbio negro" na fronteira

Coca e chazinho poderoso!
Eu deveria ter tirado uma foto para registrar o momento, mas estava tão frio e com luvas... até achar o celular ou a câmera... foi-se. Mas tenho todo o grupo para testemunhar.

A cena

Acabávamos de chegar na fronteira entre Bolívia e Chile, tínhamos tomado nosso café no ponto de apoio que tambêm é um ponto de encontro de todos os grupos, os que vão e os que chegam de Uyuni.

Quando olho para o lado, a uns dez metros, vejo Ju infiltrada em um grupo de australianos, fazendo o quê? Passando dois pacotinhos: um de folhas de coca e outro do chazinho milagroso (chachacoma).

Pouquíssimo tempo depois, é a vez da Mila, cambiando Euros por Dólares, descaradamente, com outra gringa!!

Gente, isso tem nome: tráfico deo drogas e câmbio negro! Que óbvio jamais criticaria - rs - mesmo porque ambas as atitudes salvaram o início do meu passeio para Uyuni, e é absolutamente normal, já que ao passarmos pela fronteira somos revistados e não podemos portar nem um grama dessas ervas.

Quatro dias antes, havia nos sido repassado os mesmos saquinhos e, sim, masquei folhas de coca o tour inteiro e tomei umas três vezes chá daquela mistura de ervas que dava um up no ânimo para fazer os passeios. Da mesma forma, quando cheguei em SPA quase meia-noite, não havia como cambiar qualquer tipo de moeda, pois as casas de câmbio estavam fechadas, e no dia seguinte, de madrugada eu estava embarcando no passeio para a Bolívia, enfim, também tive que praticar o câmbio na fronteira, mesmo tendo perdido uma grana, pois troquei US$ 50 por 250 pesos bolivianos. Uma facada!!!


Noite de despedida


Carla, eu, Camila, Juliana, Luciana e Felipe

Chegamos em San Pedro do Atacama. Desta vez fiquei no hostel La Casa de Matilde, super recomendada no Booking por pessoas que viajam sozinhas. Decisão acertada. Logo fui recepcionada por Célia, a gerente e faz tudo do hostel. Tudo muito limpo e aconchegante. Sabe casa de vó? Senti-me numa casa de avó.
A melhor definição que achei para La casa de Matilde: casa de vó

Foi maravilhoso poder tomar um banho mais demorado, colocar uma roupa sem sal e relaxar um pouco em uma cama bem confortável.

No início da tarde encontrei-me com as meninas na lanchonete Las Vegas, onde por 1500 pesos chilenos comi uma empanada com Crush! Rs. Nem acreditei na hora em que vi aquele refrigerante que me fez lembrar os recreios na escola primária. Há anos não é mais fabrica da Crush no Brasil.

Quando não se tinha nada a fazer: andar pela Caracoles
Fomos cambiar algum dinheiro, e são várias as casas, difícil até decidir por uma quando a troca é com valores pequenos. Depois fomos à uma agência para eu pagar o passeio que faríamos à noite, o Tour Astronômico, famoso, muitos dizem que um dos melhores locais no planeta para observar o céu.

Também aproveitamos para garantir o passeio do dia seguinte. As meninas optaram por comprar um passeio de bike, eu, como não sei andar de bicicleta, optei por Termas Puritanas, pois adorei ficar mergulhada em um tanque de águas quentinhas em um lugar tão frio.

Ficamos andando pela Caracoles e fomos para nossos hostels descansar mais um pouco para o tour noturno. Acontece que não teve, o céu estava nublado e não houve o tour. Tive que me contentar em comer meu miojo (o coitadinho rodou antes de ir para meu estômago. O trouxe pensando na primeira noite que calculei chegar muito tarde e com fome, seria perfeito, mas tudo foi tão tumultuado na minha chegada que nem lembrar dele lembrei).

Felipe e Carla iriam embora no dia seguinte, então, resolvemos nos encontrar para a despedida.

Terremoto
Pegamos um flyer durante o dia em que uma rodada de bebida seria gratuita e a partir dali, cada mojito seria cobrado 1000 pesos chilenos, uma bagatela! Chegamos, sentamos, tinha música ao vivo e ficamos na dúvida sobre o couvert artístico . Perguntamos sobre a cortesia e depois de longa espera (estávamos quase desistindo) o garçom trouxe as bebidas. Eu, Ju e Mila resolvemos pedir um ceviche e também pedimos o terremoto, a bebida típica da região.

Demorou horrores, mas o ceviche estava delicioso! A moça que estava cantando veio passar o chapéu e acho que ninguém colaborou... e chegou nosso terremoto. Acho que só eu e Felipe gostamos, pois os outros praticamente só provaram. Não faço ideia da mistureba de bebidas que leva, mas o sorvetinho na jarra deu um toque especial e eu gostei bastante. A outra banda que tocou foi mais discreta e deixou um envelope na mesa para que pudéssemos colaborar. O papo estava bem animado e acho que a bebida já estava fazendo efeito, pelo menos para mim e para a Mila.
Ceviche

A Luciana não bebe, pediu um refrigerante e logo foi embora. Carla estava contando os pesos e não pediu nada, só bebeu o mojito... e pedimos a conta. Qual não foi nossa surpresa quando vimos que estavam cobrando os mojitos, nossa cortesia. Um desproposito! Ainda bem que Carla e Mila tomaram à frente das reclamações, porque eu não estava no ânimo. Reclamaram com o garçom, com o gerente, com o moço que distribui os folhetos. Não adiantou, realmente fomos lesados!!! Por mais que explicássemos que entendemos e fomos levados a entender que os mojitos eram as cortesisas (na versão deles era o pisco sauer que nunca nos foi servido), que quando sentamos à mesa foi nossa primeira pergunta sobre a cortesia e o que nos foi trazido foi a rodada de mojitos, não teve jeito. Pagamos.

Mas as risadas foram ótimas, o ceviche e mojito maravilhosos e até o terremoto. Eu me diverti.


Última noite do tour e volta à fronteira

E fomos para a nossa última hospedaria. Era mais uma noite de bastante frio (é, senti na primeira, a segunda foi bem tranquila e nesta estava prometendo, mas foi a que melhor dormi, feito um anjo). Tomamos banho e fomos para o jantar.

Havia outros grupos de outras agências, e notamos que a comida era servida na mesma quantidade independente do tamanho do grupo. O nosso era de oito pessoas e achamos injusto isso, pois vimos uma mesa com três garotas cujo caldeirão de sopa (que estava deliciosa) era na mesma quantidade.

Ju e eu começamos a cobiçar o caldeirão... como era possível, será que elas tinham tomado toda a sopa e comentávamos sobre a possibilidade de irmos conferir se tinha sobrado algo do delas. Claro, não formos, mas a gringa alemã resolveu tomar à frente, levantou e foi lá verificar, ficamos felizes... por poucos instantes... sim, elas tinham acabado com a sopa. Não disse que estava deliciosa!?

Fomos dormir e novamente, às 5h saindo da pousada. O carro com Carla, Felipe e o casal de alemães saiu, o nosso também, mas só até a primeira esquina. Parou, assim, do nada parou.

Era 5h e poucos da manhã, um frio horroroso. Na hora que vi que o negócio iria demorar, decidi voltar à pousada para usar o banheiro. A Ju resolveu me fazer companhia, voltamos, e tudo estava do mesmo jeito. Foi meio tenso porque além do frio, pensava: "aí Deus... eu poderia ter dormido todo esse tempo, naquela cama quentinha". Mas toda viagem pode ter imprevistos, este foi o nosso, e ainda bem que não foi no dia anterior, já pensou perder aquele amanhecer?

Estava frio de verdade, eu, Lu e Mila estávamos nos enrolando do jeito que dava dentro do carro, enquanto a curiosidade da Ju era bem maior do que o frio que ela deveria estar sentindo. Engraçado mesmo foi ela insistir com o motorista/mechanico que o problema era bateria!

Acho que ficamos parados de uma e meia hora a duas. Alguns carros passaram, mas apenas um motorista, de outra agência, se prontificou a ajudar.

Depois seguimos caminho até o ponto do café da manhã, ao lado da fronteira, onde o outro grupo nos esperava. Pelo que entendi, perdemos um nascer do sol, mas nada imperdível, frustrante.

Passar pela fronteira foi outra experiência intrigante. Tantas pessoas falam da Bolívia. Pois bem, nossa van ainda estava esperando a vez e o motorista que não lembro o nome, era um palhaço. Primeiro ele distribuiu os formulários de saída do país e foi orientando que os alimentos que poderiam ou não serem levados.

Tinha um casal de coreanos ou chineses (não sei até agora e o guia também não, mas os nomeou de "chinitos"), que não falavam espanhol ou inglês, portanto a comunicação era bem precária. Quando entenderam que falávamos de comida, abriram as mochilas e a quantidade de enlatados que tinham, era impressionante. E o comentário do guia foi: "chinitos levam muita comida"!

A van estava com um probleminha, e era uma ladeira. Esperamos mais embaixo e a fila crescendo, quando chegou nossa vez, abriram a porta lá em cima e a van foi no tranco!!! Chegamos. Descemos, Fomos entrevistados. Passaportes carimbados. Tivemos que abrir nossas mochilas... acredita que o agente ficou desconfiado de mim? Ele ficou em dúvida com um frasco de talco de pé que eu levei. Gente, ninguém tem medo de ficar com chulé na Bolívia??? Aff... Felipe quase morreu de rir.

Adios Bolívia!!!

Termas Puritana


Primeiro tanque: onde fiquei a maior parte do passeio


O passeio do dia era à tarde. Então, acordei no limite do horário para tomar meu café da manhã, voltei para o quarto, conversei um pouco com as duas brasileiras que ali estavam (era a primeira vez em hostel e estavam adorando), tomei um banho e fui dar uma andada pela Caracoles até dar a hora do tour.

Outro dos muitos tanques
Pegamos a van na hora combinada. O meu grupo tinha dez pessoas, mas chegando lá, havia mais excursões. O local é bem interessante: são oito tanques de águas termais, mas até chegar à eles tivemos que andar 500 metros ladeira abaixo. Isso mesmo, se descia, significava que para a volta deveria estar bem preparada.


O retorno sem sempre é fácil e glamoroso
Embora sejam oito tanques, decidi ficar apenas no primeiro por uma razão muito simples: a água estava bem quentinha e relaxante e fora dela estava frio, muito frio, não me animei em nada em ficar saindo toda hora para pular de tanque em tanque. Do jeito que sou perigava ainda pegar um resfriado de lembrança. Melhor ficar ali mesmo batendo um papo com os Brunos, outros turistas.

Uma meia hora antes de fecharem os tanques saí.. Enxuta e vestida fui conhecer os outros tanques e tirar fotos enquanto tomava coragem para encarar a subida até à van.

À noite fui até o hostel das meninas para me despedir. A ideia original era comermos uma pizza, mas elas estavam quebradas do passeio de bike. Contaram ter amado, mas que foi bem puxado. Então a pizza ficou para uma outra ocasião no Brasil!!!

Conversamos um pouco e depois as fofas acompanharam-me até perto do meu hostel, já que era meio escuro e estranho para eu voltar sozinha.

Amei conhecê-las.

Valle de la luna



Resolvi admirar o pôr do sol de um ângulo diferente


Outro passeio que não aconteceu por conta do tempo foi o Lagunas Altiplanicas. Sim, seria um repeteco, mas com desayuno. Cheguei a pagar por ele e minutos após sair da agência veio o rapaz devolver o dinheiro. Então, troquei pelo Valle de la Luna (12.000 pesos chilenos, mas a maioria vende a 15.000, portanto é importante dar uma chorada, além do quê, como quase todos os outros passeios, tem que pagar a entrada, neste caso, mais 3.000 pesos).

Outro passeio à tarde. Cheguei à conclusão de que eles fazem essas saídas nos horários em que não está tão quente, caso contrário seria impossível realizar o passeio, pelo menos para boa parte dos turistas. E também porque um dos pontos altos do passeio é o pôr do sol.

A área é bem extensa, terreno árido vulcânico, com dunas imensas e paisagem bem típica do que vem à mente quando ouço a palavra deserto. Muitas rochas, areia e, no final de tarde, frio e vento. E isso é tão verdade que é recomendado várias vezes (no folheto, quando você compra e também quando está esperando a van) que se leve água, muita água.

Ao fundo, paisagem que sugeriu o nome do vale
Esse passeio em especial faz jus aos título de que o Atacama leva de deserto mais alto e mais seco do mundo. Tem uma beleza singular, e quem visita deve ter disposição para as andanças.

São algumas caminhadas em que o guia vai explicando as formações, de quando ali era parte do oceano, da composição das rochas, é bem interessante.

Engraçado foi a diversidade do grupo. Fomos em um ônibus e embora no dia anterior o guia tenha dividido assim os turistas no Deserto do Atacama: 60% de brasileiros, 20% de chilenos e os outros 20% de gente do mundo todo, para mim isso ficou bem longe da realidade. Sim, vi muitos brasileiros desde que pisei em SPA. Mas analisando... no Salar de Uyni, no meu grupo: 50% brasileiros, no hostel onde estava no máximo uns 30% (uns 60% de franceses), em termas 30% de brasileiros e, naquele tour, de um ônibus lotado, eu era a única brasileira!

Dunas imensas! Meio complicado andar por ali


Troquei um passeio por um anel

Simples e delicado!


Não me julguem!

No passado, no começo da minha vida de turista, costumava voltar para a casa com metade da mala com souvenires para mim e um monte de gente. Hoje, meu souvenir preferido, para mim mesma, é um ímã de geladeira: é barato, não ocupa espaço e nem pesa na mochila e sempre lembra-me de onde estive.

Prefeitura
E no meu último dia em SPA eu já estava escolhendo passeios. Quis muito refazer o Lagunas Altiplânicas, mas se não deu certo quando marquei, era para não ser. Eu já estava contando os pesos e ainda tinha a segunda parte das férias no Jalapão, então era interessante economizar, no caso, fazer escolhas. Fiquei o dia andando pelas ruas e fotografando os "pontos turísticos".

Igreja de San Pedro do Atacama

Interior da igreja

Gosto muito de joias em prata (talvez porque não tenha dinheiro para comprar ouro), e quando soube que a pedra lápis-lazúli era típica da região, já tinha decido que deveria levar uma lembrancinha dali. E o escolhido foi um anel, simples, mas que me conquistou. Foi o preço de um passeio e não me arrependi. Vivi grandes momentos no Deserto do Atacama e queria levar algo comigo. Tenho usado o anel todos os dias.

O resgate da batata chilena

Almoço por menos de 2000 pesos chilenos
Era a noite de véspera do meu retorno ao Brasil e passei boa parte da madrugada pensando em resgatar a minha batata!

Ontem resolvi preparar meu jantar para economizar. É aqui é bem caro comer fora e em final de viagem isso faz uma diferença gritante. Pois bem, por 2285 pesos chilenos comprei quatro batatas médias, uma cenoura bem pequena, duas ameixas, dois hambúrgueres, uma maionese e uma manteiguinha. Fiz purê de batatas e fritei os hambúrgueres, ainda assim, sobrou batatas cozidas.

Não sei se era a fome, mas ficou uma delícia, talvez por eu estar tão satisfeita, simplesmente doei o que sobrou de batata cozida para o francesinho e a in natura, coloquei no cesto "free" ou seja "será de quem pegar primeiro".

Para quem pretende economizar nas refeições, este é o local
Acontece que no dia seguinte eu embarcaria, à noite e, com apenas 3.000 pesos chilenos na carteira, deveria fazer um milagre para passar o dia. Isso foi o suficiente para quando acordei de madrugada, lembrar da situação. Comecei a maquinar: se conseguir resgatar minha batata e comprar uma hamburguesa por 700 pesos, já terei garantido o almoço e me sobrariam 2.300 pesos. Com eles compraria um par de brincos por 2.000 pesos e com sorte, os 300 pesos restantes compraria um doce para a viagem. Além do mais, tinha visto no cesto quase meio pacote biscoito de água e sal, grande candidato a fazer-me companhia no avião, trecho de Calama à Santiago.

Objeto de desejo em fim de viagem
Não dava para simplesmente levantar da cama, atravesssar o hostel e invadir a cozinha. Tive que esperar até a hora de ir para o café, coisa que fiz depois das 9h, para não dar tão na cara, óbvio, torcendo para a minha batata estar lá, sã e salva!

Sim!!! Ela estava, escondidinha. Passei a mão nela, num restinho de arroz e no tal pacote de biscoito. Feliz da vida tomei meu desayuno, voltei para o quarto, tomei um banho, arrumei a mochila, chequei meus voos e o traslado para o aeroporto. Tudo providenciado, fui para a rua com meus 3.000 pesos chilenos.

E fez-se o milagre da multiplicação de pesos chilenos: consegui meu par de brincos por 1.500, o hambúrguer por 500 e de sobra consegui comprar uma empanada que guardei para o jantar por outros 1000 pesos!!!