terça-feira, 29 de novembro de 2016

Mariana em meio período


Igreja de São Francisco de Assis e Nossa Senhora do Carmo,
 entre eles, o emblemático pelourinho
As palmeiras dão boas vindas
 ao seminário

Costumo dizer que há passeios que devem ser feitos "agora", e o agora significa que tenho muita boa disposição física para andar, perambular... vou deixar aqueles passeios que não exijam tanto para mais tarde. E, devido aos morros, ao sobe e desce, para mim, aquele pedacinho de Minas Gerais deveria ser "agora"! Seriam poucos dias, na verdade, dois inteiros, pois cheguei na terça-feira à noite e partiria na sexta-feira pela manhã. Assim, era importante que eu fizesse passeios que representassem bem a região.

É difícil simplesmente ignorar o fato de que ali, há um ano, houve o que já é considerada a maior tragédia ambiental do País. E conversando com os moradores é que sentimos a dimensão do que foi e do rastro que ficou na vida dessas pessoas. Sim, estou falando de Mariana... e lá estava eu, querendo apenas fazer os passeios que qualquer turista deseja: conhecer um pouco mais de história através de suas ruas e ruelas de paralelepípedos que sempre levam a alguma igreja.

O trajeto de onde estava hospedada é muito simples, pega-se o ônibus em Ouro Preto e em 30 minutos se está de um centro ao outro. Desci em uma pracinha central, pedi informações sobre aonde conseguir um mapa e fui direto à Secretaria de Cultura e turismo.

Então... ladeira, né?
Gostei bastante. Primeiro eles colocam um vídeo de cinco minutos que apresenta a cidade e o roteiro turístico. Em seguida dão-lhe um mapinha e as orientações. Ou seja, nem precisa de guia.

Tal como Ouro Preto, são muitas, muitas igrejas mesmo, e para não confundir achei importante selecionar apenas algumas para visitação. Este centro histórico se resume basicamente em duas ruas paralelas, a rua Frei Durão que se transforma na rua Dom Viçoso e a outra rua Getúlio Vargas ,e no miolo, várias igrejas.

Saindo da secretaria com o mapa em mãos fui parar em frente ao Seminário Maior São José, com palmeiras lindas, mas não é aberto para visitação; Em seguida subi o morro, ops, a rua rumo à Igreja São Pedro dos Clérigos. Achei melhor começar pelo alto enquanto era cedo e o sol não estava à pino (quem diria, e eu quase deixei de ir à Minas pensando nas chuvas profetizadas na previsão do tempo).



É linda a vista do topo da igreja,apesar do ranger da escada 


Por R$ 2, dá para visitar a igreja e subir até a torre onde fica o sino. Se fosse à noite, diria que é um passeio meio macabro, pois para chegar ao sino é necessário subir por umas escadinhas estreitas de madeira que rangem em um local quase sem iluminação, que dava a impressão que a qualquer momento poderia quebrar. Mas lá de cima a vista da cidade é bem legal e acho que vale à pena. Para quem quiser desembolsar uns trocados a mais, o que não falta são guias bem na entrada da igreja, oferecendo-se para contar a história local. Prática comum também em Ouro Preto.

Descendo a Getúlio Vargas, bem no meio está o que mais gostei do centro histórico: a Igreja São Francisco de Assis, o Pelourinho, a Casa de Câmara e Cadeia e a Igreja Nossa Senhora do Carmo, Construções antigas e cheias de história.

Fiquei um tempo olhando para aquele pelourinho e perdendo-me nos pensamentos. Fazia muito tempo que tinha visto um pela primeira vez, em Alcântara, no Maranhão. E é estranha a sensação, saber que aquilo é uma lembrança, um símbolo de tanto sofrimento, uma vergonha para a humanidade. Visitei a Casa de Câmara e mais uma vez fiquei imaginando-me naquela época, como as coisas poderiam ser discutidas e resolvidas naquela época, os quadros dos políticos que por ali passaram.
Amei minha manhã em Mariana

Não sei quanto tempo fiquei por ali, desci para o centrinho comercial, comprei um anel de prata lindo e fui almoçar. Minha próxima parada seria a Mina da Passagem, estava empolgada.








Nenhum comentário: