domingo, 26 de outubro de 2008

Sou bicho do dia

É isso mesmo. E demorei muito para tomar conhecimento dessa minha real característica.

Lembro das minhas férias, de quando eu ainda era uma criança. Como minha família é muito grande, tanto por parte de pai como de mãe - a maioria mora no interior -, chegavam as férias e muitas crianças iam parar em casa. Não existia esse papo de ir para colônia de férias, passar tardes inteiras nos shoppings ou largados em lanchonetes ou no cinema, mesmo porque dinheiro para isso era coisa que não existia. O negócio era em casa mesmo. Brincávamos até tarde da noite ou da madrugada, depois espalhávamos colchões e travesseiros pela sala, para dormirmos todos juntos. De manhã era certeiro: eu sempre a primeira a despertar, sete, seis da manhã, ligada no 220, prontinha pra brincar... só que eu olhava à minha volta e só via crianças dormindo... Que raiva!!!

Quando tinha vinte e poucos anos, na faculdade ou entre amigos, confesso que sofria muito. As pessoas saiam à noite. Se programavam para as baladas e, quando eu ia, me sentia um peixe fora d'água... e era. Uma ou outra vez até conseguia ficar a noite inteira bem, mas apenas quando saia para dançar (isso eu A-DO-RO fazer), porque se ficar sentada em barzinho vendo um monte de gente bebendo e gritando (como se estivessem jogando truco) para se fazerem ouvir pela pessoa da cadeira ao lado... para mim era um verdadeiro desastre, pois eu tinha sono, muito sono... só pensava na minha cama, em casa.

E ainda tem um outro agravante: se eu acordar depois das 9h30 da manhã o mau-humor será inevitável. Mas, para o alívio de algumas pessoas (principalmente aquelas que convivem de fato comigo) adoro acordar cedo, o que nem sempre significa levantar cedo.

Aos poucos fui descobrindo atividades que tinham mais a ver com o meu relógio biológico: ver a luz do dia, ouvir os passarinhos cantando, sentir o sol batendo no rosto...

Já houve vezes, em viagens, de eu simplesmente não dormir, só para aproveitar o dia, já que a noite costuma ser agitada e acabei indo no embalo. Minha amiga Patrícia que o diga. A primeira vez que viajamos juntas ela ficou assustada com esse fato: era carnaval em Garopaba-SC, para não perder nenhuma noite, devo ter dormido um total de cinco horas, juntando todo o Carnaval e, óbvio, ligada no 220.

Algumas pessoas ainda acham isso estranho em mim, mas tudo bem, o interessante é que hoje não sofro mais, gosto e aproveito do meu modo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Sandra, estou adorando o seu blog. Apesar de conhecê-la, é engraçado quando você escreve e aí penso: esta é a Sandra que eu conheço, aquela que acorda cedo, não gosta de cerveja e gosta de fimes comerciais e música pop. (Risos). se não fosse uma "sem internet", acho que até pensaria em escrever um blog. Vamos ver mais pra frente.