quinta-feira, 7 de maio de 2015

A odisseia para renovar o passaporte

E lá pelos idos de novembro do ano passado vi um e-mail que chegou da Polícia Federal avisando que meu passaporte estava prestes a vencer.

A primeira coisa que pensei foi: "Nossa, já!?"

Abri o e-mail e estava lá: vencimento em junho de 2015.

Segundo pensamento: "Vixe... tá longe!"

Longe né? Não sei se é comigo que anda acontecendo isso, sei lá, aquele tal referencial que vai mudado com a idade, tipo, se você tem dez anos, mais cinco é uma eternidade, é mais a metade da sua vida... mas o fato é que ultimamente, nos últimos anos, parece que o tempo encurtou, tudo passa tão rápido.

Pois bem, em novembro, praticamente desdenhando o aviso, veio o terceiro pensamento: "Nem marquei as férias. Tenho que resolver coisas mais urgentes, não vou tirar férias tão logo e se tirar nem sei se precisarei de passaporte. Depois decido".

É, e o tempo passou, passou tanto que marquei as férias, convenci chefia pra dar uma esticada, decidi destino, comprei minhas passagens e, ok, vamos renovar o passaporte. Isso foi no final de fevereiro e lá fui eu preencher o formulário online, pagar, esperar os dois dias para agendar a minha solicitação.

Taquicardia, suor e mãos geladas, este foi o estado em que fiquei em segundos ao abrir a página de agendamento, a data mais próxima para o agendamento era a cinco dias da minha primeira viagem! Por instantes fiquei sem ação e me azucrinando mentalmente: "Sua idiota, lembra, novembro você recebeu o aviso. Novembro!"

Bom, marquei né. Eu sei que existe uma opção de passaportes urgentes, mas convenhamos, que desculpinha esfarrapada eu iria dar? Novembro, foi em novembro que eu recebi o aviso e mais, imagino que esses passaportes devem ser emitidos apenas para as pessoas que têm casos de vida ou morte, não passeio de férias.

As próximas noites foram bem mal dormidas. Acordava de madrugada só para xeretar a página de agendamentos o que depois de algumas noites, consegui finalmente uma vaguinha para o dia 30 de março.

Finalmente, minhas férias salvas!

O posto escolhido foi o da Lapa que é bem grandão. Cheguei na hora marcada, passei pela primeira triagem, um rapaz muito jovem e simpático atendeu-me e direcionou-me para a salinha onde eu tiraria a famigerada foto para o documento.

Estava em pé na fila aguardando e observando os atendentes. Uns mais simpáticos, estendendo a conversa, outros mais sérios, alguns tirando zilhões de fotos, outros apenas duas e tinha uma em especial que queria muito que me atendesse. Não deu, graças à família que chegou bem na hora em que eu seria chamada por ela, elas apareceram.

Ok, fui para a próxima. Ela não foi mal educada, mas era bem séria. Na hora da foto perguntei: "Posso sorrir?", a resposta: "Sim, serão duas fotos" e... puf-puf... já foram as duas fotos. Ela virou o monitor e pediu que eu conferisse os meus dados... mas eu só conseguia olhar aquelas fotos hororrosas! Com cara de cachorro pidão: "Moça, eu vou passar os próximos cinco anos com esse documento. Posso tirar mais uma?", a resposta imediata: "Não, pode deixar que escolho a melhor".

Ai que vontade de chorar!!!

Mas Deus castiga, ah castiga. Logo em seguida ela teria que colher as digitais de todos os meus dedos e foi aí que a vingança veio. Creio que nunca em toda a vida dela demorou tanto para colher digitais, e foram as minhas! É que as minhas mãos suam muito e após scannear, a imagem aparecida toda granulada. E eu enxugava dedos, a atendente limpava o aparelhinho, e passava de novo, mais uma, vez, novamente, dedo por dedo.

Bem, nove dias depois, voltei lá pra pegar o bendito passaporte... quanto à foto, acho que já me acostumei, não tem jeito mesmo.

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