segunda-feira, 10 de abril de 2017

Inhotim sem minstérios!!!

Instituto Inhotim, um museu de arte contemporânea a céu aberto, misturando com jardim botânico bem no meio das Minas Gerais. Talvez por ser um espaço cultural ainda muito novo (completou dez anos em 2016), algumas pessoas têm dúvidas, assim como eu tinha, sobre a logística para efetivamente conhecê-lo. Mas não é nenhum bicho de sete cabeças, primeiro vou comentar minhas impressões sobre o parque e ao final darei as dicas.

Com o meu olhar de leiga sobre artes, tinha algumas referências de obras já vistas em uma ou outra reportagem e mesmo sem saber seus nomes (Troca-troca, Elevazione e Beam Drop) estavam na cabeça. Todo o resto seria uma surpresa e eu estava totalmente aberta para explorar aquele espaço.

Desembarcamos no estacionamento do parque e o motorista foi logo dizendo: "O ônibus vai sair deste mesmo local às 17h30", isso era umas 9h30, então este era o nosso tempo. Seguimos o fluxo de pessoas por um caminho plano, cuidadosamente posto entre as árvores. Tínhamos comprado nossas entradas pela internet e fomos para os guichês retirar nossas pulseiras, ali o atendente perguntou se queríamos ter acesso aos carrinhos. E sim, quisemos, aliás, a menos que a pessoa queira visitar o parque por dois dias para conhecer tudo, sugiro que sempre opte pelos carrinhos, daqueles elétricos de golfe, pois toda a área de visitação tem 140 hectares, economiza tempo e pernas.

Colocadas as pulseiras e empunhando um mapa confuso, fomos andando sem saber direito por onde começar o passeio. O parque é lindo, projetado com pontos de observação e descanso (sempre um jardim bem feito e um tronco imenso de árvore estilizando bancos enormes), 23 galpões com exposições ou arte interativa e ainda os espaços abertos para algum tipo de obra, também interativa, permanente ou não. Entre um e outro jardim é possível curtir durante a caminhada o canto dos pássaros, ouvir o ruído de esquilos que não fazem a menor cerimônia em devorar seus alimentos, apreciar os cheiros das flores e das plantas, admirar uma das 4.500 espécies plantadas ou até mesmo degustar jabuticabas ou pitangas diretamente do pé - rs - como eu fiz!

Das obras que estava na minha lista, a primeira que visitei foi  o "Troca-troca", de Jarbas Lopes, que consiste em três simpáticos fuscas cujas peças de lataria foram trocadas entre si. Pouco depois, seguindo o mapa confuso, queria ver o "Elevazione", de Giuseppe Penone, o surpreendente é que a obra em si é artificial, sim, uma castanheira artificial, em bronze, que se confunde com toda aquela flora abundante, suportada por troncos muito verdadeiros. A terceira da lista, estava no topo do parque, "Beam Drop", de Cris Burdem, várias vigas fincadas no solo, que nos incitam à ideia de que caíram do céu e lá ficaram.

As minhas "surpresas" ficaram por conta da obra "A origem da obra de arte" em que vasos em cerâmica em formato de letras, de Marilá Dardot, fica à disposição dos visitantes para que formem palavras. Tem o jardim dos temperos, das espécies de regiões específicas pelo mundo, o trator que subtraiu a grande árvore, o som da terra e a minha joia da coroa foi a exposição de fotos sobre os índios yanonames, de Cláudia Andujar, fotógrafa.

A exposição foi a última que visitamos, e foi providencial, fiquei encantada e não sei se fosse nossa primeira parada no parque se teria tido tempo para conhecer as outras obras, tal foi minha imersão naquele universo fantástico registrado pela artista. Índios no seu cotidiano, nos seus afazeres, grupo e transe.

Carrinhos

Quanto aos carrinhos, eles fazem oito trajetos de ida e volta, entre eles fazemos pequenas caminhadas e observamos as obras. Cada carrinho faz apenas o seu trajeto, por exemplo, se o equipamento é do trajeto três, não vai fazer o do dois ou do quatro, apenas vai e volta em seu próximo trajeto, e entre o ponto um e dois há mais uma caminhadinha. Os monitores indicam os pontos, mas ainda assim são tantos caminhos, que perde-se tempo e isso, confesso, me deixou um pouco irritada ao final do dia: a falta de informação.

Mas de onde vem esse nomes "Inhotim"?

Confesso que na primeira vez que ouvi esse nome fiquei intrigada, nunca tinha ouvido nada igual. Cheguei a pensar ser um nome indígena, mas minha curiosidade durou pouco tempo, acostumei-me com a palavra e só fui descobrir mesmo agora, visitando o instituto. Diz a lenda local que ali era habitado por um minerador gringo, Timothy, chamado por Tim mas a caboclada respeitosamente de "nhô Tim".

Como chegar

O parque fica no município de Brumadinho, 57 km de estrada, segundo os sites especializados. De Belo Horizonte, se a pessoa não for de carro próprio, terá que comprar as passagens na rodoviária, no guichê da Saritur, porém, é bem mais prático garantir e comprar online. Deve-se chegar pelo menos meia hora antes para fazer a retirada dos bilhetes. Ao contrário da entrada no instituto, que também pode ser comprada antes ou ao chegar ao parque, mas isso não fica muito claro quando consultamos o site (www.inhotim.org.br), induzindo à compra antecipada e, por isso mesmo, pagamos aquela taxa de conveniência - a qual considero um assalto, não pelo fato de que o serviço não deva ser cobrado, mas sempre achei abusiva a cobrança por bilhete, se uma mesma pessoa compra dez bilhetes e vai retirá-los no mesmo local e ao mesmo tempo, qual é o sentido de cobrar dez vezes? Acho abusivo sim!

Pronto, desvendado o mistério.

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