segunda-feira, 10 de abril de 2017

Companhias de viagem



Faz algum tempo que necessito prestar minha homenagem e agradecimento às minhas companhias de viagens e passeios. Por incrível que possa parecer, muitas pessoas ainda se espantam quando digo que viajo sozinha e, mais indignadas essas pessoas ficam quando digo que gosto - rs.

- Mas sozinha? Como? Você não vai se divertir!!! Você deveria ter medo. Eu jamais viajaria sozinha (o)! - questionam, comentam, criticam e decretam.

Eu e as irmãs: Irma, Maria e Márcia
Estes são os comentários mais comuns. Mas o fato é que desde jovem eu descobri que gostava de viajar e, nem sempre na época em que eu posso, terei companhia "conhecida"... então a resposta é muito simples: o pavor de perder as folgas, feriados ou férias em que posso viajar lamentado-me por não ter companhia é tão grande, tão grande, que nem tenho tempo para ter medo de simplesmente fazer minha mochila e cair na estrada. Claro, se tiver a companhia, será legal, mas se não tiver... lá no meu destino eu arranjo e será tão legal quanto. E, mais, para quem nunca viajou sozinho, recomendo a experiência.

Em João Pessoa (PB) e arredores, tive o prazer de conhecer três irmãs vindas de Bauru (interior de São Paulo): Maria, Irma e Márcia. Coincidentemente, elas estavam no mesmo voo que peguei em Campinas, mas foi somente no meu segundo passeio em Jampa que nos conhecemos e depois fizemos vários outros.

Há! Renan e eu em Tambaú
Renan parça. Já viajamos juntos e há um ano e meio tem o privilégio de morar nos arredores de Jampa. Claro, não perdemos a oportunidade de nos encontrarmos, colocarmos o papo em dia e ainda pegar um cineminha - rs - é isso aí... até ao shopping Manaíra, o bambambam da cidade, fomos. Com um detalhe, eu perguntei para ele antes de nos encontrarmos à noite: "Vou de sandália ou posso ir de chinelo?". Resposta: "Vai de chinelo". Fui né... estava com um vestido bem coringa, o que não me deixou ficar deslocada, mas quando eu observei que deveria ter optado pelo outro calçado, ele comentou: "Fica fria. De qualquer forma você tem cara de turista aqui mesmo."

Coralie tomou mais caipirinha que eu!

Já em terras mineiras conheci Coralie, uma francesinha muito simpática. Foi engraçado. Na noite em que cheguei no quarto ela estava lá, vagando ou grudada no celular, com a cara fechada, então comecei a conversar com outras duas gringas, uma alemã e outra dinamarquesa. Trocamos algumas informações sobre o que fazer em Ouro Preto e Mariana, no dia seguinte elas seguiriam viagem e eu começaria minha exploração por ali.

Passou o primeiro dia e quando chegou a noite, a única que estava no quarto era a séria Coralie, arrisquei começar a conversa... para minha surpresa, simpatíssima, abriu um sorriso e começamos a conversa. Surpreendentemente ela havia feito exatamente os mesmos passeios que eu, só que em horários diferentes. Me falou que no dia seguinte partiria.

No segundo dia, quem encontro no quarto à noite? Coralie... peguntei o que aconteceu e ela respondeu que conhecera no café da manhã um francês que iria para a próxima cidade que ela, então resolveu ficar para ter companhia. E, mais uma vez, ela fez exatamente os mesmos passeios que eu, em horários alternados e com turmas diferentes. Rimos, claro, e como no dia seguinte seguiríamos para destinos opostos, resolvemos sair para tomar umas caipirinhas!

Foi ótimo! Conversamos sobre nossas viagens, trabalhos, vidas, situação social dos imigrantes tantos na França como no Brasil. Falei: "querida Coralie, muito provavelmente nunca mais nos encontraremos na vida, mas este momento é muito especial, por um dia, celebramos o encontro de uma amizade e certamente quando lembrarmos de Ouro Preto e Mariana com nossas companhias que nunca fizeram passeios juntas". Ela concordou, sim esta é a alma do viajante, aproveitar e viver cada momento. E brindamos com mais caipirinha.

Cláudia e eu, almojantando no famosíssimo restaurante Xapori
A Cláudia citada nas postagens de Belo Horizonte e Inhotim, já está mais do que explicada nossa amizade. Mas nunca é demais agradecer: o passeio não seria o mesmo sem a sua companhia... obrigada!


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