segunda-feira, 10 de abril de 2017

Fazenda Ipanema



Vista do ponto mais alto da fazenda Ipanema


O interior de São Paulo guarda lugares fantásticos, tanto na riqueza histórica como natural. Fazia um tempinho que estava a fim de conhecer a Fazenda Ipanema, em Iperó, pois bem, surgiu a oportunidade, a Cláudia e a Keli toparam e no primeiro domingo de dezembro, lá pelas 11h, estávamos chegando ao local.
Cláudia, Kely e eu ao chegarmos à fazenda

O acesso é pela rodovia Sorocaba-Iperó, entrada no 19,5 km. A rodovia é bem tranquila e pela sinalização começamos o trajeto pela estradinha de terra, dá uns vinte minutos e não aconselho ir em um dia chuvoso. A entrada da fazenda não é tão cuidada como deveria, mas logo na primeira passada de olhos dá para perceber que o local guarda muita história, ali foi estabelecida a primeira siderúrgica do Brasil, no início do século 18. E por conta disso, muito do desenvolvimento das cidades ao redor, se deveu à isso.

Hoje desativada, ficaram as estruturas da siderúrgica...
Achei meio estranho o esquema: na entrada é necessário apenas um visitante identificar-se. O fiscal informa como chegar à sede administrativa para poder pagar a entrada, R$ 8 por pessoa. O local é administrado pelo ICMBio (Instituto Chico Mendes).

... e galões
A sede é um ponto de apoio interessante. Para chegar até a salinha de atendimento, passamos por um corredor que acessa às salas com cartazes que conta a história local e também indica as trilhas que podem ser realizadas. No atendimento, há a indicação para quem quiser fazer as trilhas. No mesmo espaço há um restaurante self-service. Aquele pequeno complexo de salas, corredor e pátio, lembrou-me muito um colégio.

Enfim, pegamos as informações básicas, pagamos a entrada e fomos conhecer a casa onde viveu a família Varnhagen, em 1808, logo com a chegada da família imperial ao Brasil. Hoje um museu com peças, ferramentas e móveis da época, ao lado de uma pequena represa, a Casa das Armas, a porta em homenagem à D. Pedro II, o galpão e as caldeiras. Tudo isso em meio à vegetação nativa. Um privilégio conhecer.

História pura!

Em aproximadamente uma hora e meia tínhamos andado por aqueles locais, como o tempo estava bom, resolvemos voltar à salinha de atendimento para contratar um guia e irmos ao mirante,

Casarão onde viveu a família Varnhagen


É lindo! O monumento foi construído para abrigar os restos mortais do Visconde de Porto Seguroe fica em um ponto que é possível ver as cidades de Sorocaba, Araçoiaba da Serra, Iperó e Boituva. Foi no topo da região em que Rafael, o guia contratado, nos deu uma aulinha de história.

Transporte da época



A família Varnhagen, chegou ao Brasil em 13/02/1816, no dia seguinte nascia Francisco Adolfo Varnhagen, que viveu no Brasil até seus oito anos, quando foi para a Europa estudar. Aos 23 voltou à sua terra natal para cuidar dos negócios da família, a siderúrgica. Devido aos seus préstimos à nação, mas principalmente por ter escrito vários livros sobre o tema foi nomeado Visconde de Porto Seguro ou pai da história brasileira, por D. Pedro II. Ainda em agradecimento, o monarca resolveu doar algumas terras na província do Rio de Janeiro, ao que, Varnhagen homenageou o local do seu nascimento, batizou as terras de Ipanema. Sim, é isso mesmo moçada, aquele internacionalmente famoso bairro e praia, leva o nome da região do interior de São Paulo.


Busto em homenagem ao
Visconde de Porto Seguro
Joana D'Arc, nossa mascote
que nos acompanhou no passeio
Pode parecer tétrico, mas não é,
estávamos em frente ao túmulo










Pessoas, a vista é linda e a história encantadora. É um lugar que pretendo voltar muitas outras vezes.










Obs.: a data original deste passeio foi em dezembro de 2016... é eu sei... falta de tempo de publicar antes.

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