quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

É assim que se aprende

Ainda estou no processo de montagem do meu blog profissional (embora já esteja divulgando o endereço). Tem muitas matérias que não estão assinadas e, como faz mais de dez anos que foram feitas, algumas, eu ainda fico na dúvida... mas as que postei são sim minhas!!! Ninguém tasca!!!

O que mais tem me chamado a atenção é que, a cada reportagem que digito, vou lembrando de como fiz a apuração, dos lugares que visitei, as pessoas com as quais conversei... nossa... tenho saudade daquele tempo em que eu ia pessoalmente fazer todas as entrevistas.

Definitivamente, hoje, sou uma escrava da tecnologia. Só eu não, acho que todos. Fazer uma entrevista por telefone é tão comum que quando marco uma visita, as pessoas até estranham. Agora, por e-mail, não faço, quando muito aceito algum material e posteriormente conversamos sobre ele. Fica muito difícil você desenvolver um assunto por e-mail. Na entrevista ao vivo, se aparecer uma questão ou resposta mais nebulosa é fácil de você instigar seu entrevistado. Acontece que acho que muitos deles estão mesmo é mal acostumados com alguns profissionais da imprensa que sim, aceitam tudo já pré-escrito e daí, entrar o famoso "copiar e colar". Além de anti-ético, isso é muito chato, pra dizer o mínimo.

Mas voltando à época das reportagens que estou publicando. Ontem, digitei a que mais me deu frio na barriga: sobre a base aérea espacial de Alcântara, lá no Maranhão. Imagine, eu, acostumada a usar o gravador para tudo, após passar um dia inteiro com os oficiais, cheguei ao hotel para começar a decupar a fita e descobri que não tinha gravado nem um só segundo. Nada. Entrei em pânico geral. Como assim? Era uma base aérea especial, havia termos técnicos! Meu Deus, lembro que fiquei umas três noites sem dormir para relembrar cada conversa e instante que havia passado naquele local onde pouquíssimos brasileiros tem acesso até hoje. Graças à Deus tudo deu certo. Minha memória e poucas anotações, folders e, confesso, uma rápida consulta ao assessor de imprensa ao chegar em São Paulo, foram suficientes para que eu fizesse, enfim, um trabalho honesto.

Tempos depois, contando a um amigo o acontecido, o aperto pelo qual passei, ele só olhou para mim e disse: "é assim que se aprende".

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