quinta-feira, 11 de junho de 2015

E o que são três Soles?

Três Soles transformaram-se em a gota d'água para eu estourar com os desmandos de uma agência de viagens em Cusco.

Pois é, apesar de não ser uma marinheira de primeira viagem, em viagens, aconteceu que caí na lábia de uma agência e quase saí no prejuízo.

O caso ocorreu para irmos ao Lago Titicaca. Eu não tinha planejado muito o passeio, mas queria ir e, logo que chegamos em Cusco, o próprio taxista queria indicar passeios e agência, como os passeios eu já sabia mais ou menos como rolavam e estava tudo programado para Machupicchu, falei do Lago Titicaca. Foi a senha, imediatamente ele ligou para uma agência, e quando chegamos no hotel, uma senhora já nos aguardava para falar sobre.

Fizemos o check in e antes mesmo de irmos para o quarto lá estava ela explicando sobre o passeio. Disse-nos que tudo ficaria em S/ 300 por pessoa, ida e volta para Puno, traslados, passeios e todas as refeições, no lago inclusas. Falei que iríamos pensar e se fossemos fechar, ligaríamos.

E os dias se passaram e simplesmente não cotamos em outra agência ou pesquisamos de irmos por conta própria. Devido aos preços que víamos por Cusco, na véspera de ir para Machupicchu liguei para a pessoa e fechei o passeio, apesar de ela cobrar mais ainda para que tivéssemos todas as refeições incluídas.

Voltamos de Machupicchu e tudo corria bem, na hora determinada, uma moça nos buscou no hotel, levou-nos à rodoviária entregou-nos as passagens de ida e volta. Quando chegamos em Puno havia um senhor nos aguardando e fomos levados a um hotel onde esperaríamos que nos pegassem às 07h30.

Aí começou o problema, já passava das 08h30 e pela terceira vez perguntei ao recepcionista se não haviam esquecido de nós, ao que ele respondia que não, até que finalmente ele resolveu ligar para alguém e uns 10 minutos depois apareceu um outro homem para nos buscar de táxi, sim, haviam esquecido de nós e quase perdemos o passeio, já que as embarcações saem até as 9h da manhã. Tivemos que correr pelo cais para não perder o barco.

Tava tudo bem na ilha e descobrimos que o mesmo passeio que compramos lá em Cusco, ali, no porto, saia S/ 75 por pessoa... daí já começamos a pensar: "é saiu salgadinho o passeio", mas tudo bem, optamos por contratar uma agência pela comodidade, então, beleza.

Passou o primeiro dia tudo ok, no segundo, na hora do almoço tivemos que pagar, mas perguntamos se já não estava incluso, afinal eu paguei a mais para ter rodas as refeições. Pela segunda vez, pagamos.

Voltamos para Puno e nos levaram ao hotel. Ali paguei para tomar um banho, ok. Nosso ônibus de volta para Cusco era às 22h e fui perguntar à recepcionista quais eram os restaurantes por perto e que horas iriam nos levar à rodoviária, ao que ela respondeu que a qualquer momento poderíamos ir, que eles não se responsabilizavam por nada. Entrei em contato com a senhora que me vendeu o "pacote" e ela disse que não havia mais obrigações, que agora era por nossa conta, locomoção para rodoviária, transporte em Cusco, que não tínhamos mais direito à nada.

Indignada! Imagine, eu pago o dobro do que valia o passeio para ser "jogada", tipo "virem-se". Aquilo ficou me remoendo, claro que iria reclamar quando chegasse em Cusco.

Saímos do hotel, jantamos, pegamos um táxi à rodoviária e no horário pegamos nossos bilhetes e fomos embarcar e a atendente disse que não tínhamos pago o embarque e não poderíamos seguir. "Ãh, como assim, os bilhetes estão aqui", falei, ao que respondeu: "ok, é só ir ali e pagar S/ 1,50 por bilhete de taxa de embarque".

Três Soles! O que são S/ 3 perto dos S/ 650 que pagamos? Nada além da gota d'água. Nem dormi durante a viagem. Ao chegar em Cusco passei tudo para a tal agente e escrevi tudo o que aconteceu, item por item, expliquei que aquilo não era jeito de se trabalhar e que queria o dinheiro que paguei a mais de volta, caso contrário iria denunciá-la na polícia à agência que regula o trabalho das agências de turismo, pois tinha o voucher, tinha a troca de mensagens, não queria os valores que foram gastos com passeio, passagens, queria o que me roubaram por não prestar o serviço!

Depois de várias trocas de mensagens ela apareceu no hotel e nos devolveu US$ 100.

Mas aqui fica o aviso, se forem logrados, não fiquem quietos. Busquem seus direitos. Todas as vezes que comprarem um passeio, peçam para especificar tudo o que está incluso no voucher, para ter provas do que foi acordado. Se houver problemas, em Cusco há várias viaturas da Polícia de Turismo para orientarem, e olha que conversei com eles depois e eles disseram que é muito comum as agências enganarem os turistas e, a maneira mais eficiente de puni-las é denunciar à INDECOPI.

No último tour que comprei, presenciei outra coisa que considerei um abuso. Em um dos sítios arqueológicos que visitamos, o guia não esperou um casal. Ele chamou, chamou, não apareceu, formos embora! Assim, ele não estava preocupado sei lá... se o casal tinha despencado de alguma pedra (alias, coisa que não seria difícil), apenas seguiu em frente. Mais tarde o casal nos encontrou em outro ponto do passeio, tiveram que pagar um táxi para nos encontrar e pegar suas bagagens.

No aeroporto você pode até pegar um guia do INDECOPI que explica os direitos dos consumidores. Mas se não tiver acesso, anotem www.indecopi.gob.pe

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